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Um em cada 10 sírios morreu ou ficou ferido na guerra

FreedomHouse / Flickr

Bombardeamento em Aleppo, na Síria, guerra contra o terrorismo do Estado Islâmico

Bombardeamento em Aleppo, na Síria, guerra contra o terrorismo do Estado Islâmico

Cerca de 11,5% da população da Síria morreu ou ficou ferida desde o início da guerra no país, que “praticamente destruiu” as instituições, infraestruturas e riqueza do país.

O jornal britânico The Guardian dá a conhecer esta quinta-feira um relatório do Syrian Center for Policy Research (SCPR) – que se apresenta como um think tank independente, não-governamental e sem fins lucrativos – que mostra que, ao todo, 11,5% da população da Síria morreu ou ficou ferida desde o início da guerra, em março de 2011.

O documento avalia o impacto de cinco anos de guerra na população, na economia e nas infra-estruturas da Síria, e contabiliza perdas económicas que ascendem a mais de 250 mil milhões de euros, num conflito que está a destruir os pilares de uma nação.

Com 11,5% da população da Síria morta ou ferida desde o início da guerra, o conflito teve um “impacto catastrófico” e fez a esperança média de vida descer de 70 anos para 55,4 anos.

Contam-se ainda 470 mil mortos e 1,9 milhões de feridos, quase o dobro dos 250 mil indicado pela ONU com base na última contagem, há ano e meio, quando suspendeu a recolha de dados estatísticos.

Desse total, 400 mil morreram como resultado direto de bombardeamentos, explosões e tiroteios, enquanto 70 mil devido a falhas no acesso aos serviços de saúde, falta de medicamentos, de comida e água potável, além da ausência de condições sanitárias e habitações condignas.

“Usamos métodos de pesquisa muito rigorosos e estamos seguros quanto a estes números”, afirmou o autor do relatório, Rabie Nasser, acrescentando que o número de mortes indiretas devido à guerra na Síria “vai ser ainda maior no futuro, apesar de muitas organizações não-governamentais e a ONU as ignorarem”.

“As implicações da crise continuam a despedaçar a população da Síria no país e um pouco por todo o mundo devido à deslocação da população, às migrações, aos pedidos de asilo e ao constante aumento do número de mortos e feridos. A população caiu de 21,80 milhões de pessoas em 2010 para 20,44 em finais de 2015. A população total teria chegado aos 25,59 milhões de habitantes se o conflito não tivesse começado, pelo que a população real decresceu 21%“, lê-se no relatório.

Esta redução de um quinto da população explica-se também com a onda de refugiados em direção à Turquia e à Europa, estimando-se que, no final de 2015, cerca de 45% da população síria tinha sido forçada a sair das suas casas devido à guerra – 6,36 milhões dentro da Síria e mais de quatro milhões no exterior.

De acordo com o relatório do SCPR, mais de três milhões de pessoas fugiram do país como refugiados e 1,17 milhões migraram para outros países.

No que toca à economia e no ambiente de “coerção, medo e fanatismo” que se vive na Síria, o relatório denuncia que os roubos, chantagem e contrabando transformaram-na num “buraco negro” que absorve os “recursos domésticos e externos” do país.

ZAP

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