No ano passado, a Europa sofreu o seu maior incêndio florestal de sempre e há registo de pelo menos 150 mortes causadas pelo calor extremo.
No Dia da Terra, num momento em que se intensificam os compromissos globais em matéria de sustentabilidade, um novo relatório sublinha os graves desafios climáticos que a Europa enfrenta, atualmente identificada como o continente que regista o aquecimento mais rápido do planeta. Esta evolução preocupante é descrita em pormenor numa publicação conjunta da Organização Meteorológica Mundial (OMM) e do Serviço Copernicus para as Alterações Climáticas da União Europeia.
O relatório indica que a temperatura média da Europa subiu para 2,3 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais, quase o dobro do aumento médio global de 1,3 graus Celsius. Esta taxa de aquecimento dramática está a contribuir para um aumento dos fenómenos meteorológicos extremos em todo o continente.
As alarmantes alterações climáticas da Europa conduziram a catástrofes ambientais sem precedentes. Só em 2023, o continente registou o maior incêndio florestal de que há registo, a par de um aumento significativo de dias marcados por stress térmico extremo. Estas condições não só se estão a agravar, como também se estão a tornar mais frequentes, afectando vastas regiões com consequências variadas.
A gravidade destes fenómenos climáticos reflecte-se no número substancial de vítimas humanas, com estimativas preliminares que atribuem mais de 150 mortes na Europa no ano passado a tempestades, inundações e incêndios florestais. Os diversos padrões climáticos provocaram também inundações generalizadas em países como a Itália, a Grécia, a Eslovénia, a Noruega e a Suécia, enquanto o sul da Europa se debate com secas graves.
O relatório assinala ainda o calor recorde registado em setembro de 2023, que marcou o setembro mais quente alguma vez registado na Europa. A incidência de mortes relacionadas com o calor aumentou quase um terço nas últimas duas décadas, com cerca de 94% dos países monitorizados a registarem um aumento da mortalidade relacionada com o calor.
As repercussões económicas são igualmente graves, com as catástrofes naturais a infligirem danos superiores a 13,4 mil milhões de euros em toda a Europa, só no ano passado, sublinha o Interesting Engineering.
O relatório apela a uma ação governamental urgente para aumentar a utilização de fontes de energia renováveis na produção de eletricidade. A Europa deu passos significativos neste domínio, com cerca de 43% da sua eletricidade a ser produzida a partir de fontes renováveis.