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Diogo Costa é o “rei dos penáltis”, mas a IA debate-se com o guarda-redes da Seleção Nacional
Nota positiva para máquinas, negativa para guardiões humanos. Inteligência Artificial supera guarda-redes a prever para que direção penáltis são batidos, com uma taxa de eficácia de 64% entre esquerda e direita.
Um modelo de deep learning conseguiu prever com mais eficácia do que guarda-redes humanos para que lado seria batido um penálti, de acordo com um novo estudo publicado na arXiv que analisou mais de mil grandes penalidades.
Investigadores da Universidade de Las Palmas de Gran Canaria, em Espanha, liderados por David Freire-Obregón, analisaram mais de mil penáltis de jogos reais transmitidos na televisão, para perceberem se a Inteligência Artificial (IA) poderia superar a intuição dos guarda-redes ao prever a direção dos remates com base na linguagem corporal dos jogadores.
Dos 1010 penáltis recolhidos, 640 foram considerados adequados para análise automática. Estes vídeos foram analisados por 22 modelos diferentes de deep learning, que tentaram prever se o remate seguiria para a esquerda, direita ou centro da baliza. É importante realçar que foram apenas considerados a filmagem e o facto de o jogador ser canhoto ou destro.
O melhor dos modelos conseguiu prever corretamente a direção do remate em 52% dos casos — ligeiramente acima dos 46% de sucesso atribuídos aos guarda-redes reais. Quando os investigadores eliminaram a opção “meio” da análise, a precisão subiu para 64%, segundo a New Scientist.
“É impressionante como pequenas pistas corporais, mesmo antes do pé tocar na bola, podem revelar intenções”, afirmou o autor do estudo, Freire-Obregón.
Apesar dos bons resultados, o investigador admite que aplicar estas previsões em contexto de jogo ainda é desafiante. O próximo passo será avaliar se é possível antecipar a direção dos penáltis apenas com base nos movimentos iniciais dos jogadores — e com que antecedência essas previsões poderão ser feitas sem perder eficácia.