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Papa diz que o seu pontificado será breve

Mazur/catholicnews.org.uk / Flickr

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O papa Francisco disse esta sexta-feira, quando se completam dois anos de sua eleição, que tem a sensação de que o seu pontificado pode ser breve, de quatro ou cinco anos, mas desmentiu que se sinta “só e sem apoio”.

Em entrevista à cadeia de televisão mexicana Televisa, divulgada integralmente pela Rádio Vaticano, o papa Francisco abordou a possível duração do pontificado, que se encerra com a morte do papa ou com sua demissão.

“Tenho a sensação de que o meu pontificado vai ser breve. Quatro ou cinco anos. Não sei. Ou dois ou três. Dois já se passaram. É uma sensação um pouco vaga que tenho, a de que o Senhor me escolheu para uma missão breve. Sobre isso, mantenho a possibilidade em aberto”, afirmou.

Para Francisco, Bento XVI, que foi o primeiro papa em sete séculos a renunciar ao cargo, em fevereiro de 2013, abriu a porta aos papas eméritos. “Abriu uma porta institucional”, destacou o papa.

Francisco, de 78 anos, não disse se pretende algum dia pedir a demissão. Declarações anteriores nesse sentido geraram críticas e fortes reacções de teólogos conservadores.

“Não me agrada muito”, afirmou, sobre a ideia de fixar um limite, por exemplo os 80 anos, para o fim do papado. Segundo Francisco, ser papa “é uma graça especial”.

Decretar que a duração do papado fosse até os 80 anos “criaria uma sensação de fim, de um pontificado destinado a não acabar bem”, acrescentou, tentando tranquilizar os mais conservadores.

Francisco observou que, para alguns teólogos, a eleição para o pontificado é “um sacramento”.

O papa falou também do antecessor, Bento XVI, que deixou o Vaticano e está feliz, satisfeito, respeitado por todos.

“Visito-o, muitas vezes telefono-lhe. Podemos pedir-lhe conselhos. É leal até à morte”, observou.

À pergunta “gosta de ser papa?“, Francisco respondeu sobriamente, sem um entusiasmo excessivo: “Não me desagrada“.

Lembrou que sempre detestou viajar e que é uma pessoa caseira. “A única coisa de que gostava era de poder sair um dia, sem que ninguém me reconhecesse, e ir comer uma pizza.”

“Não me sinto só. A sério que não”, disse, em resposta a uma outra pergunta.

/Lusa

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