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GNR detém um dos seus por suspeita de corrupção

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A Guarda Nacional Republicana (GNR) deteve esta quinta-feira um militar pertencente ao comando territorial de Santarém por suspeita de corrupção, revelou aquela força num comunicado enviado à Lusa.

Esta detenção ocorreu um dia depois de a GNR ter anunciado a detenção de outro dos seus militares – que exercia funções administrativas – no concelho de Almada, juntamente com mais quatro suspeitos dos crimes de roubo, usurpação de funções, sequestro e associação criminosa.

“Perante os factos apresentados e denunciados diretamente à GNR pela própria vítima, foram os mesmos de imediato participados pelo Comando Territorial de Santarém às entidades competentes”, indicou a GNR no texto relativo à detenção de hoje, acrescentando que “ao nível interno, será ainda aberto o competente procedimento disciplinar”.

A operação que levou às cinco detenções foi o culminar de seis meses de investigação da Guarda Nacional Republicana, envolveu várias unidades e grupos da GNR e decorreu entre os dias 11 e 16 de junho, tendo sido efetuadas oito buscas domiciliárias no Monte da Caparica e no Feijó.

Os detidos usavam as fardas da GNR para entrar em casa das vítimas, informavam-nas de que iriam proceder a buscas domiciliárias, imobilizando-as, em seguida, e levando todo o dinheiro e outros bens de valor que encontrassem.

Apresentados os detidos ao Tribunal Judicial da Comarca de Almada para primeiro interrogatório judicial, o militar da GNR e mais dois suspeitos ficaram em prisão preventiva, tendo sido aplicada aos restantes a medida de coação de Termo de Identidade e Residência.

Só 16 reclusos por corrupção

Apenas 16 reclusos condenados por corrupção estão a cumprir penas nas prisões portuguesas, um número que a associação cívica Transparência e Integridade (TIAC) classificou esta quinta-feira como “ridiculamente baixo” e resultante do facto de “o sistema não combater de forma sistemática” o fenómeno.

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Paulo Morais, da Associação Transparência e Integridade (ATI)

Paulo Morais, da Associação Transparência e Integridade (ATI)

“Os números são ridiculamente baixos face à dimensão que a corrupção tem na sociedade portuguesa, mas também não se estranha, porque temos todo um regime e uma organização política e jurídica que favorece a corrupção. Como todo o sistema favorece a corrupção, é natural que não se organize para a perseguir”, disse à Lusa o vice-presidente da TIAC, Paulo Morais.

O responsável da associação cívica comentava as estatísticas da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), que indicam que as prisões portuguesas tinham 16 reclusos condenados por corrupção no final de 2013, representando 0,13 por cento do total dos presos condenados em tribunal.

/Lusa

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