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Amigo de Costa vai ao Parlamento explicar contrato para representar o Estado em negociações

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Clara Azevedo / Portugal.gov.pt

O primeiro-ministro António Costa

O primeiro-ministro António Costa

O PSD anunciou esta segunda-feira que vai requerer o acesso ao contrato que o primeiro-ministro “assinou a contragosto” com Diogo Lacerda Machado para saber qual o papel que o “amigo pessoal” de António Costa tem representado em “negócios do Estado”.

Diogo Lacerda Machado representou o Estado português, informalmente, em várias negociações sensíveis que estão em curso, nomeadamente os dossiês da TAP, BES e BPI.

O “amigo pessoal” de Costa, antigo secretário de Estado da Justiça, foi chamado pela Comissão Parlamentar de Economia, Planeamento e Obras Públicas para ser ouvido no dia 27, uma quarta-feira.

Este domingo, numa entrevista dada à TSF e ao Diário de Notícias, António Costa assumiu que Diogo Lacerda Machado o representou informalmente em várias negociações sensíveis que estão em curso, como na TAP, no caso dos lesados do papel comercial do Grupo Espírito Santo e também no BPI, nas reuniões entre Isabel dos Santos e o catalão CaixaBank.

Depois de críticas, Costa acabou de assinar um contrato com Lacerda Machado para que este continue nessas reuniões, mas já como representante do Governo.

O PSD pretende ter acesso ao contrato que o governo assinou com o “amigo pessoal” de António Costa, pretendendo saber o “teor desse contrato” e qual “o papel, o mando” que Diogo Lacerda Machado tem nos vários negócios do Estado.

O vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD, Luís Leite Ramos, acusa Costa de permitir que Diogo Lacerda Machado tenha representado o Estado “sem qualquer tipo de relação contratual”.

“Não deixamos de registar que é muito estranho que o doutor António Costa continue a achar que o interesse público e que o sentido de Estado poderiam dispensar um amigo pessoal dele de ter uma relação contratual com o Estado, uma relação que tenha que ser e possa ser escrutinada e ele achar isso até desnecessário”, salientou.

Segundo o deputado social-democrata, o PSD ficou “perplexo” com a perspetiva de que “um primeiro-ministro entenda que a representação do Estado possa ser feita por amigos pessoais e sem qualquer tipo de contrato”.

“O senhor primeiro-ministro confirmou essa relação de amizade e parece-nos estranho que se possa confundir uma relação pessoal com uma relação institucional e contratual que tem que estar sujeita a escrutínio, tem que ser transparente e salvaguardada até do ponto de vista legal para que estes negócios tenham a transparência que lhes é exigida”, afirmou.

Um dos negócios em causa é o da TAP e, segundo Leite Ramos, até ao momento o PSD ainda não teve acesso ao memorando celebrado entre o Estado e a Atlantic Gateway apesar das “várias insistências” com o ministro do Planeamento e das Infraestruturas.

“Continuamos sem ter informação absolutamente nenhuma o que é um grande desrespeito pelo parlamento e pelos portugueses”, sublinhou.

ZAP

3 Comments

    • Mas será que havia alguma coisa para dizer mal?!
      A não ser talvez o facto de, além de empobrecerem Portugal e os portugueses (lambendo o recto à Troika), vendendo o país ao desbarato (EDP’s, CTT, ANA, etc, etc) e ainda assim conseguiram aumentar a divida publica para 130% do PIB?!
      Não percebo como é que alguém pode dizer mal de tais parasitas/incompetentes como foram o PSD/CDS no ultimo governo!…

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