Zidane, em momentos nunca vistos: “A justificação do árbitro não chega”

Alberto Estevez / EPA

Uma jogada que envolveu Militão transformou o jogo entre Real Madrid e Sevilha – e pode ter transformado o desfecho do campeonato. Zidane estava claramente incomodado depois do encontro.

Foi uma jornada “louca” em Espanha: Barcelona e Atlético de Madrid tinham empatado sem golos no sábado; os outros dois candidatos ao título, Real Madrid e Sevilha, encontraram-se no domingo. O jogo terminou também com uma igualdade (2-2) mas tem continuidade depois do apito final.

Quando faltava sensivelmente um quarto de hora para o fim, e quando o marcador indicava um golo para cada equipa, foi assinalada uma grande penalidade a favor do Real. Falta de Bono sobre Benzema, sem muitas dúvidas.

No entanto, a decisão foi revertida, literalmente, porque o vídeo-árbitro avisou o árbitro principal que havia uma grande penalidade por assinalar na área contrária. Segundos antes, Militão tocou com a mão na bola (ou a bola tocou na mão?) e Rakitic converteu com sucesso o penálti, apontando na altura o 1-2 para o Sevilha.

O ex-defesa do FC Porto disputava uma bola pelo ar e não estava a olhar para o esférico quando cometeu a infração. A bola até terá tocado nas suas costas, antes.

Esta decisão do árbitro Martínez Munuera originou um momento raro: Zinédine Zidane ficou a protestar com a equipa de arbitragem depois do jogo. E, nas declarações rápidas à Movistar, demonstrou que estava claramente incomodado.

Alguém tem que me explicar as regras em relação às grandes penalidades. Falei com o árbitro, disse-lhe que queria uma explicação. Ele disse-me que era mão do Militão e que quem apita é ele. E pronto, já está”, reclamou o treinador do Real Madrid.

“É muito complicado porque fizemos um grande jogo, merecíamos muito mais. Não gosto de falar sobre os árbitros, intrometer-me… Mas hoje não fica uma boa sensação”, continuou, antes de reforçar que não ficou convencido com as explicações do árbitro: “Não chega. Se há uma mão, qualquer mão no ar, apitas para os dois lados”.

Emilio Butragueño, diretor do campeão espanhol, queixou-se de uma decisão decisiva, muito influente por causa do contexto deste jogo, atirou: “Em jogadas muito parecidas, a nosso favor, as decisões têm sido diferentes”.

Asensio, jogador do Real Madrid, foi mais suave na sua reação: “Do meu ponto de vista, a mão é involuntária mas o que interessa é o critério de cada árbitro. Já não se pode alterar nada, temos que continuar a lutar”.

O adversário Rakitic, que marcou o golo nessa grande penalidade, foi rápido na sua análise: “Para mim, isto é fácil: se é mão, é mão. Se muda a direção da bola, que ia para a baliza, não há dúvidas”.

Este resultado impediu o Real de saltar para o primeiro lugar, com os mesmos pontos do vizinho. O Atlético de Madrid continua a ser o líder isolado, com 77 pontos, mais dois do que Real e Barcelona, e mais seis do que o Sevilha. Faltam três jornadas para La Liga terminar.

Nuno Teixeira, ZAP //

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