Youtuber português acusado de burla de 4 milhões de euros

David GYT acusado de convencer milhares de pessoas que iriam conseguir fortunas depois de investirem nos mercados Forex.

O assunto já vem de trás. Em 2021 já havia uma petição com milhares de assinaturas que apelava a uma investigação a youtubers e influenciadores digitais.

Ou melhor, os subscritores queriam que o Ministério Público investigasse os “modernos burlões”.

Os youtubers e outros influencers eram acusados de se aproveitarem do seu impacto, da sua influência e dos seus aparentes luxos para anunciarem esquemas “altamente aliciantes com a premissa de enriquecer rapidamente”.

Tentavam convencer os seus seguidores a realizar determinados investimentos, com a promessa de conseguirem uma fortuna.

Um dos nomes mencionados nessa petição era David GYT – o nome no YouTube do original David Soares.

David, que também aparentava ter uma vida com algum luxo, é agora acusado pelo Ministério Público de burla qualificada, num esquema que terá chegado aos 4 milhões de euros.

Juntava clientes, a quem deixava indicações fictícias de movimentações nos mercados Forex – um mercado de divisas estrangeiras, em que o investidor aposta que uma moeda vai subir ou descer comparando com a outra.

Foram “milhares de pessoas” embaladas por essa recomendação, milhares investiram nos Forex. E David e a sua sociedade Juventude Global Lda. nunca tiveram licença oficial para serem mediadores financeiros (embora se apresentassem como tal).

David é acusado de criar “diversas páginas e contas web com aparência real, dando assim uma imagem de fidedignidade à sua atividade”, descreve o Jornal de Notícias.

David GYT recebeu comissões de quase 3 milhões de euros – mas as vítimas ficaram com prejuízos de 4 milhões de euros.

A empresa ainda tentou avançar com um plano de insolvência, mas a Justiça portuguesa não alinhou.

“Se há dinheiro congelado em contas bancárias no âmbito de um processo-crime que corre contra o respetivo titular, por suspeitas de que tenha tido uma proveniência ilícita (…), como é que esse titular pensaria que só por vir pedir a sua insolvência tais valores seriam libertados e utilizados para erguer um plano de insolvência e, em último recurso, para pagar aos seus credores?”, perguntam os desembargadores.

O Ministério Público pede a perda a favor do Estado dos saldos bancários apreendidos e das vantagens do crime.

ZAP //

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