Yoon Seong-yeo, agora com 50 anos, foi declarado inocente na quinta-feira depois de um novo julgamento na cidade de Suwon, na Coreia do Sul, que expôs tortura policial e falhas de investigação.
Depois de 20 anos de prisão, Yoon Seong-yeo foi ilibado na quinta-feira do homicídio de uma adolescente, no seguimento de um polémico processo judicial na Coreia do Sul, em que foram expostas falhas de investigação e tortura policial, avança a CNN.
O crime ocorreu em 1988, na zona de Hwaseong, perto de Seul, quando uma adolescente de 13 anos foi violada e assassinada no seu quarto. Na mesma zona, entre 1986 e 1991, foram encontradas 10 vítimas de homicídio.
Yoon foi a única pessoa condenada pelos assassinatos, tendo sido condenado à prisão perpétua. Agora, no âmbito de uma revisão do processo, provas de ADN permitiram identificar o homem que cometeu os crimes. Segundo a CNN, estava preso desde 1994 pela violação e homicídio de uma cunhada.
Durante as décadas que Yoon Seong-yeo passou atrás das grades, a polícia usou tortura, incluindo privação de sono e detenção ilegal, para obter a confissão do homem sobre o assassinato de 1988, revela o veredicto do juiz Park Jeong-je, divulgado na quinta-feira.
“Como membro da Justiça, peço desculpa ao acusado, que sofreu grandes dores físicas e mentais, pelo fracasso do tribunal em funcionar adequadamente como último bastião dos direitos humanos”, disse o juiz. “Esperamos sinceramente que o novo julgamento deste caso seja um pouco consolador e contribua para a restauração da honra do acusado.”
Após a leitura do veredicto, Yoon disse sentir-se “aliviado”. “Posso tirar este peso das costas que carrego há 30 anos e descansar.”
O final feliz deste caso é encarado como uma raridade, já que, na Coreia do Sul, só uma pequena fração dos pedidos de revisão de processos são aceites, segundo os especialistas.