Agência Espacial Europeia substitui Windows 98 (em Marte)

MediaLab / ESA

Sonda Mars Express, da ESA

Quase 20 anos depois de ter sido implementado, o sistema operativo no Mars Express vai ser actualizado.

Windows 98? Em 2022? Sim. E não será só na Agência Espacial Europeia (ESA, em inglês).

A agência anunciou que o software da Mars Express, que utiliza o Windows 98 desde 2003, vai ser actualizado.

O Mars Advanced Radar for Subsurface and Ionospheric Sounding (MARSIS) está a milhões de quilómetros da Terra há 19 anos e sempre utilizou o Windows 98.

Esse software, lembrou o engenheiro de software Carlo Nennade, foi projectado há mais de 20 anos e foi concebido sob um ambiente de desenvolvimento baseado no Microsoft Windows 98.

Agora será feita a actualização e a sonda Mars Express deverá funcionar até cinco vezes melhor do que tem acontecido, retirando dados abaixo das superfícies de Marte e da sua lua Fobos, “com mais detalhes do que nunca“.

O MARSIS já foi essencial em 2018, na descoberta de um enorme aquífero subterrâneo de água líquida em Marte.

A Mars Express emite ondas de rádio de baixa frequência para a superfície de Marte com uma antena de 40 metros de comprimento. Dedica-se essencialmente a procurar água em Marte e a investigar a atmosfera do planeta vermelho.

A actualização do software vai permitir que esse processamento de dados a bordo seja mais eficaz (descartando dados desnecessários) e vai prolongar os períodos de observação.

“Na verdade, é como se tivéssemos uma nova ferramenta a bordo da Mars Express quase 20 anos após o seu lançamento”, confessou o director de operações Andrea Cicchetti.

O Windows 98 foi uma versão marcante do Windows. Além de ser considerado como muito completo (para aquela altura), surgiu numa fase de grande expansão na utilização dos computadores, coincidiu com a era em que ter um computador em casa começou a ser normal para muitas pessoas.

Falta lembrar que a actualização será feita a mais de 62 milhões de quilómetros de distância.

A ESA não divulgou o nome do novo software.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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