Um estudo, publicado esta quarta-feira, com uma orca de 14 anos do Aquário de Marineland, em França, mostra que a ideia de uma baleia falar não é totalmente descabida. Wikie já provou ser capaz de dizer “olá”, “adeus” e contar até três.
E se as baleias falassem? Wikie, uma orca de 14 anos, foi ensinada por cientistas a imitar a fala humana e é capaz de dizer “olá”, “adeus” e de “contar” 1, 2, 3. Esta é a primeira orca fêmea a conseguir “falar” e surpreendeu os cientistas pela sua capacidade de imitação e pela proximidade dos sons que emitiu.
A orca também produz assobios agudos e o som de “bufar”. “Queríamos ver quão flexível pode ser uma orca a copiar sons”, explicou Josep Call, um dos cientistas envolvidos no estudo, ao The Guardian. “Pensámos que o que seria verdadeiramente convincente seria apresentar-lhes algo que não está no seu repertório”.
“É muito raro entre os mamíferos” a capacidade das baleias de produzirem sons na sequência da audição dos mesmos. No entanto, o objetivo desta experiência não era conseguir uma imitação dos humanos, mas sim parte do estudo sobre as formas de aprendizagem das baleias no seu habitat e sobre como comunicam em diferentes ambientes.
Segundo a descrição do estudo, publicado esta quarta-feira na Proceedings of the Royal Society B., os investigadores começaram por treinar a baleia a obedecer a um sinal que significa “repete isto”, usado, por exemplo, para levar o animal a imitar outras baleias a projetar água no ar.
No passo seguinte, os investigadores confrontaram o animal com sons nunca antes ouvidos por ele – cinco sons de outras orcas e seis frases faladas pelos treinadores – e pediram a Wikie que os repetisse. A orca respondeu às ordens, exprimindo sons que correspondiam aos que tinha ouvido, embora não fossem perfeitos.
Além dos famosos papagaios, as baleias beluga e os golfinhos roazes são conhecidos por imitar sons com os quais contactam, mas esta nova descoberta abre as portas à ideia de “tradição” de aprendizagem através da imitação nas comunidades das chamadas baleias assassinas.
Segundo o Expresso, alguns exercícios tiveram de ser repetidos 17 vezes, mas três deles foram reproduzidos à primeira tentativa: “olá”, “adeus” e “1, 2, 3”.