A atividade do vulcão em Chã das Caldeiras, na ilha cabo-verdiana do Fogo, “mantém uma oscilação estável desde a tarde de sexta-feira”, indicou hoje uma geóloga do Observatório Vulcanológico de Cabo Verde.
Sónia Silva Vitória adiantou que as explosões continuam e vão alternando com expulsão piroclásticas (areias, cinzas e escórias) e saída de fumos.
“São fumos negros, incolores e azuis, ou seja, estão a sair dióxido e monóxido de carbono, dióxido e óxido de enxofre, vapor de água e óxido de clorídrico, tudo gases prejudiciais à saúde“, reforçou.
A também presidente da comissão técnica e científica do observatório vulcanológico explicou que, apesar de as oscilações continuarem, mantém-se também a “imprevisibilidade no comportamento” do vulcão.
Sónia Silva Vitória salientou que, este sábado de manhã, os membros do observatório estão reunidos para analisar e interpretar os dados recolhidos ao longo do sete dias de atividade do vulcão.
O coordenador das operações do Serviço Nacional de Proteção Civil (SNPC) de Cabo Verde, Nuno Oliveira, que se encontra em permanência em Portela, a maior povoação de Chã das Caldeiras, indicou à Lusa que “o dia acordou calmo”.
Nuno Oliveira adiantou que, ao longo da manhã, um contingente de mais de 60 elementos, entre militares e polícia nacional, está a fazer uma série de rondas em toda a região para se certificar de que não ficou nenhum morador na zona.
O responsável pelas operações da proteção civil no terreno voltou a frisar que “acabou” a “tolerância” dada pelo Governo para a retirada dos bens dos pouco mais de mil habitantes de Portela e que a agora “há tolerância zero”.
“Se for preciso usar a força, usaremos. Vamos usar a força mas não a de armas”, frisou Nuno Oliveira, indicando que, em Portela, só entram residentes que precisem de alimentar os animais e que serão registados à entrada e fiscalizados à saída.
Portela é a localidade que alberga a maior população de Chã das Caldeiras, onde a erupção vulcânica, que se iniciou a 23 deste mês e que já provocou a destruição de 15 residências, 14 cisternas de água, 15 currais, duas casas de apoio à agricultura e uma vasta área rural e agrícola.
A erupção vulcânica, porém, não provocou, até hoje, sete dias após ter começado, qualquer vítima.
/Lusa