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Vitória SC 1-3 Benfica | Águia embala e conquista castelo

O Benfica terminou a edição 2020/21 da Liga NOS com um triunfo. Na noite desta quarta-feira, na última ronda da prova, os “encarnados” derrotaram o Vitória SC por 3-1 graças a um bis de Seferovic

Com os dois golos marcados, o melhor marcador do Benfica ficou à espera do desfecho do duelo entre Sporting e Marítimo para saber se seria o “rei” dos goleadores ou perderia a luta para Pedro Gonçalves – e a um remate de Everton.

Jorge Fernandes apontou o único tento dos “conquistadores”, que não conseguiram carimbar presença na Conference League, onde estará o Santa Clara.

O jogo explicado em números

  • Do lado vimaranense, o técnico Moreno procedeu a cinco mudanças relativamente ao empate diante do Marítimo com as incursões no “onze” de Trmal, Sílvio, André André, Ricardo Quaresma e Óscar Estupiñán. Nas “águias”, Jorge Jesus apenas manteve nas escolhas iniciais Lucas Veríssimo, Otamendi, Taarabt e Seferovic se tivermos como ponto de comparação o dérbi ante o Sporting. Vlachodimos, Gilberto, Morato, Nuno Tavares, Gabriel, Pedrinho e Darwin Núñez foram titulares.
  • Ao minuto dez, Mumin foi crucial e, com um corte in extremis, negou o golo a Seferovic após uma má abordagem de Trmal. Já antes, Pedrinho e Morato tinham testado o alvo minhoto. Para os da casa, realce apenas para um contra-ataque conduzido por Quaresma que testou a atenção de Vlachodimos. Os “encarnados” tinham 60% da posse contra os 40% dos anfitriões.
  • À passagem dos 21 minutos, Gabriel lançou Gilberto, o lateral-direito centrou e, na zona do segundo poste, Darwin por muito pouco não conseguiu desviar o esférico, naquela que foi a melhor situação de perigo na partida. Neste período, o domínio dos forasteiros traduzia-se em 59% da posse face aos 41% dos vitorianos, sete remates (três enquadrados) contra uma tentativa (no alvo) do adversário, dois cantos contra zero e 135 passes feitos (eficácia de 86%). Já os da casa tinham 94 passes realizados e uma eficácia de 80%.
  • Devido a queixas físicas, Lucas Veríssimo abandonou o terreno de jogo e foi substituído por Vertonghen (25′). Em cima da meia-hora, Darwin ficou a centímetros de inaugurar o marcador. As “águias” dominavam o encontro, tinham superioridade na zona do meio-campo e chegavam com vários elementos nas acções de ataque (oito remates). Marcus Edwards, com um remate – o único da equipa –, dois passes valiosos, acerto total no capítulo do passe (dez feitos com êxito), dois dribles eficazes em três tentados e duas recuperações da posse era o jogador com melhor rating neste período, um GoalPoint Rating de 5.6.
  •  Não houve golos nos primeiros 48 minutos de jogo da cidade de Guimarães, mas não foi por falta de oportunidades, principalmente para as “águias”, que estiveram fortes nos primeiros 25 minutos e gizaram boas situações. Porém, voltaram a pecar na finalização.
  • A formação da casa tardou em encontrar a melhor forma de travar o fluxo ofensivo contrário.
  • A partir daí conseguiu equilibrar o jogo na zona central e foi amiúde acercando-se da baliza de Vlachodimos.
  • O jovem central Morato esteve seguro e foi o MVP na primeira metade com um GoalPoint Rating de 5.9, fruto de um remate, apenas três passes falhados em 25 feitos, 31 acções com o esférico, um desarme, um alívio e um remate bloqueado ao Vitória.
  • Aos 48 minutos, Seferovic abriu a contagem a culminar um excelente desenho dos benfiquistas, que contou com Gabriel, Taarabt, Nuno Tavares e Darwin, que centrou com precisão para o suíço apontar o 21 “tiro” certeiro na prova e ganhar vantagem na luta particular com Pedro Gonçalves pelo título de goleador desta edição da Liga NOS.
  • Três minutos volvidos, Trmal agarrou mais um remate de Seferovic e, aos 54, Marcus Edwards testou a flexibilidade de Vlachodimos na ocasião mais clara criada pelo vitorianos. Dos três remates da equipa da casa, dois foram feitos pelo extremo inglês. Os visitantes já tinham 13 tentativas (seis enquadradas ao alvo).
  • Dez minutos depois do tento inaugural, Seferovic voltou a “picar o ponto”, bisou e dilatou a vantagem “encarnada” na sequência de um canto cobrado por Taarabt e que ainda contou com a participação directa de Gabriel, que desviou a bola na zona do primeiro poste.
  • Vlachodimos ainda adiou o 1-2 ao desviar um pontapé colocado de Edwards, porém, instantes depois, após um canto Jorge Fernandes, cabeceou com força e precisão e encurtou distâncias, marcava o relógio 63 minutos.
  • Por muito pouco não chegou o empate ao minuto 72. Óscar Estupiñán fugiu à marcação dos defensores contrários e valeu ao Benfica a rapidez de Vlachodimos a sair dos postes e a defender o remate do avançado. A equipa da casa passou a pressionar de forma mais eficaz e a ganhar vantagem na luta no meio-campo.
  • Com a “carne toda no assador”, o Vitória rondou o 2-2 em três situações. Primeiro, Lyle Foster ainda introduziu a bola no interior da baliza, mas estava em posição irregular. Segundos depois, face à passividade de Otamendi, que perdeu a bola em zona proibitiva para Foster, o avançado centrou, mas Bruno Duarte não conseguiu desviar. A terminar o raide vitoriano, Bruno Duarte, na sequência de um canto, cabeceou à figura de Vlachodimos.
  • Já em período de descontos, Pizzi descobriu Everton que aproveitou o imenso espaço que teve para rematar com acerto, assinar o 1-3 e deixar os vitorianos fora das competições europeias. Foi o sétimo “tiro” certeiro do internacional brasileiro nesta temporada de estreia no campeonato nacional.
  • Em casa, o Vitória SC somou nove desaires e apenas venceu numa ocasião nas últimas sete partidas. Boa segunda volta dos lisboetas que terminaram a prova como o melhor ataque como visitante (38 golos apontados). Nas últimas sete jornadas fora da Luz, os comandados de JJ marcaram 23 tentos.

 

Mário Cruz / Lusa

O melhor em campo GoalPoint

Seferovic despediu-se em beleza do campeonato. O suíço bisou, chegou aos 22 golos na prova na luta por ser pela segunda vez o melhor marcador da Liga nacional. Esta noite entendeu-se bem com os companheiros do ataque, deu profundidade às investidas da equipa e desferiu dois “tiros” letais no espaço de dez minutos.

O número 14 rematou em seis ocasiões, enquadrou metade desses tentativas no alvo, bisou – Expected Goals (xG) de 0,6 -, acertou seis passes valiosos, acumulou nove acções com a bola na área adversária (máximo na partida), venceu quatro dos cinco duelos aéreos ofensivos em que interveio, sofreu duas faltas e alcançou um GoalPoint Rating de 7.6.

 

Jogadores em foco

  • Vlachodimos 7.6 – O grego não acusou a pressão neste regresso à baliza e esteve em alto nível. Sem culpas no golo sofrido, brilhou em pelo menos duas ocasiões, primeiro voou e evitou que Edwards marcasse um golaço e pouco depois foi lesto ao travar um remate de Estupiñan. Das seis intervenções que registou, cinco foram em remates dentro da área “encarnada”.
  • Morato 6.7 – Titular pela primeira vez no campeonato, o jovem central exibiu-se a um nível alto. Rápido nas dobras, não tremeu sempre que teve a bola nos pés (85% no capítulo do passe) e ainda tentou marcar no único remate que fez. Dos dados do brasileiro, realçamos ainda os três duelos aéreos defensivos em quatro tentados em que levou vantagem, três recuperações e quatro desarmes (máximo no jogo).
  • Gabriel 6.6 – Mais acutilante do que em outras ocasiões e sem inventar, o médio rubricou um bom desempenho. Assistiu Seferovic no lance do 0-2, gizou quatro passes valiosos, dez passes progressivos certos, venceu os três duelos aéreos defensivos que protagonizou e recuperou a posse em nove ocasiões. No capítulo do passe, onde ajudou a equipa a ter mais fluidez, fez 75, acertou 67 e falhou oito (89% de eficácia).
  • Darwin Núñez 6.6 – O uruguaio não marcou, mas foi dos principais dinamizadores do ataque do Benfica. Descaído sobre o corredor esquerdo, foi um perigo constante e baralhou o trabalho a Sacko e companhia. Ofereceu o golo inaugural a Seferovic, rematou em duas ocasiões, orquestrou três passes para finalização, quatro valiosos e contabilizou cinco acções com a bola na área adversária.
  • André Almeida 6.0 – Em apenas 24 minutos foi a tempo de ser o melhor elemento dos vitorianos em campo, registando quatro recuperações da posse, três passes progressivos certos, três desarmes e outras tantas intercepções.
  • Marcus Edwards 5.9 – Bom jogo do inglês, que foi das unidades mais constantes dos homens da casa. A realçar os três remates enquadrados feitos, cinco acções com a bola na área contrária e os cinco dribles eficazes (em oito tentativas).

 

Resumo

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