Voar é cada vez mais perigoso (mas há boas notícias)

As alterações climáticas estão a impactar diretamente as viagens aéreas, tornando-as mais perigosas devido ao aquecimento global.

O fenómeno está a criar novos desafios para a aviação, afetando tanto a segurança dos voos quanto a eficiência das operações.

Abaixo estão cinco razõe apresentadas pelo National Geographic pelas quais voar se tornou mais arriscado nos últimos anos.

1. Turbulência mais intensa e frequente

A turbulência extrema tem sido um problema crescente, com incidentes que resultaram em ferimentos graves e até mortes. O aumento da turbulência está diretamente relacionado às alterações climáticas, devido ao fortalecimento das correntes de jato, ventos rápidos que circulam na alta atmosfera.

O aquecimento global está a acelerar estas correntes, o que gera mais turbulência de ar limpo, um fenómeno inesperado e invisível.

Estudos preveem um aumento significativo deste tipo de turbulência nas próximas décadas, afetando especialmente regiões como o Norte de África e o Médio Oriente.

2. Danos causados por tempestades

O aumento da frequência e intensidade das tempestades também afeta a aviação. Fenómenos climáticos extremos, como chuvas torrenciais e saraivadas com granizo de maiores dimensões, podem danificar gravemente os aviões.

Embora os aviões possam voar sob condições de chuva intensa, a visibilidade reduzida e os danos provocados pelo granizo representam sérios riscos para a segurança. As previsões indicam que os eventos de precipitação extrema, como tempestades, estão a tornar-se mais comuns, o que ameaça as operações de voo.

3. Inundações em aeroportos

A localização dos aeroportos, muitas vezes em áreas baixas e próximas de corpos de água, torna-os vulneráveis a inundações, especialmente com o aumento do nível do mar.

As cheias em aeroportos como o Salgado Filho, no Brasil, são exemplos claros. Um estudo de 2021 revelou que cerca de 100 aeroportos em todo o mundo estão abaixo do nível do mar e que o risco de inundação pode aumentar em até 69% até 2100. Mesmo aeroportos localizados em zonas seguras podem enfrentar cheias devido ao aumento da precipitação.

4. Temperaturas extremas dificultam descolagens

O aumento das temperaturas à superfície afeta a capacidade dos aviões de descolar. Com o ar mais quente e menos denso, os aviões precisam de pistas mais longas e reduzem a carga para conseguir levantar voo. A frequência de ondas de calor está a aumentar, o que impacta não só o desempenho das aeronaves, mas também as condições de trabalho dos funcionários dos aeroportos e contribui para mais atrasos nos voos.

5. Voos mais longos

O aquecimento global está a intensificar os ventos contrários, especialmente em voos com destino a Ocidente, tornando-os mais longos e menos eficientes.

Embora a indústria da aviação tente reduzir as emissões, o aumento da duração dos voos continua a ser um problema. Estudos indicam que os aviões podem passar mais 2.000 horas no ar por ano, devido a este fenómeno, o que aumenta os custos e as emissões de carbono.

Apesar do cenário desolador, existem boas notícias. A indústria da aviação já definiu metas para eliminar as emissões de carbono até 2050, o que poderá reduzir os impactos das alterações climáticas. Reduzir a dependência das viagens de avião e adotar práticas mais sustentáveis são passos essenciais para garantir a segurança dos voos e a preservação do planeta.

ZAP //

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