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Os vitrais da Catedral de Cantuária “testemunharam” o famoso assassinato de um arcebispo

Mattana / Wikimedia

A Catedral de Cantuária, em Inglaterra

Um novo estudo mostra que alguns vitrais da Catedral de Cantuária, em Inglaterra, podem ser dos mais antigos do mundo (tendo até “testemunhado” o assassinato do arcebispo Thomas Becket).

De acordo com a BBC, cientistas analisaram os vitrais da Catedral de Cantuária, localizada na cidade com o mesmo nome, através de uma nova técnica não destrutiva, e perceberam que alguns deles podem remontar a meados dos anos 1100.

Durante séculos, pensou-se que tinham sido feitos por mestres artesãos no século XIII. Com as novas datas, é possível dizer que já teriam sido colocados quando Thomas Becket, que foi arcebispo da Cantuária, foi assassinado na catedral, em 1170.

Léonie Seliger, diretora do departamento de conservação de vitrais desta catedral e que também participou na investigação, afirmou à emissora britânica que, historicamente, esta descoberta é “extremamente significativa”.

“Não sobrou quase nada do legado artístico do edifício inicial, além de alguns pedaços de pedra esculpida. Até agora, não achávamos que tínhamos vitrais. Pelos vistos temos”, declarou a responsável, acrescentando que, quando soube da descoberta, só lhe “faltou dançar”.

“Estes vitrais teriam teriam ‘testemunhado’ o assassinato de Thomas Becket, o momento em que o rei Henrique II se ajoelhou a implorar por perdão e o incêndio que devorou a catedral em 1174. Teriam ‘testemunhado’ toda a história britânica”, destacou.

Tal como recorda a BBC, Becket foi assassinado por quatro cavaleiros que acreditavam estar a agir sob as ordens de Henrique II, com quem o arcebispo havia entrado em confronto. No entanto, alguns historiadores duvidam que o monarca tenha dado essa ordem e acreditam que as suas palavras podem ter sido mal interpretadas.

A investigadora Laura Ware Adlington, que liderou a investigação e cujo estudo foi publicado em junho na revista científica Heritage, disse também que os resultados foram “muito animadores”.

“Estas descobertas vão fazer com que todos nós, desde historiadores de arte a cientistas, passando até pelas pessoas que visitam a catedral, olhemos para os vitrais de uma forma totalmente nova”, declarou.

ZAP //

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