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Vitória punido com três jogos à porta fechada pelo “caso Marega”. Clube minhoto vai recorrer

Manuel Fernando Araújo / Lusa

Nesse jogo, o avançado do FC Porto recusou-se a permanecer em campo, ao minuto 71, após ter sido alvo de cânticos racistas por parte dos adeptos da formação vimaranense. O clube já garantiu que vai recorrer da decisão.

O Vitória de Guimarães foi punido com três jogos à porta fechada e 53.550 euros de multa, pelos incidentes com Marega a 16 de fevereiro de 2020.

Em comunicado, o Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) dá conta da decisão sobre o processo referente aos insultos racistas dirigidos ao futebolista maliano Marega, no jogo entre V. Guimarães e FC Porto, da 21.ª jornada da edição de 2019/20 da I Liga, que os “dragões” venceram por 2-1.

O clube minhoto, que tem mais dois jogos em casa nesta temporada (Famalicão e Benfica), garantiu que vai recorrer da decisão. “Por não concordar com os seus fundamentos e, bem assim, com o seu sentido, a sociedade desportiva vai impugnar a decisão junto do Tribunal Arbitral do Desporto”, lê-se no comunicado publicado nesta terça-feira.

No jogo a que se refere o castigo, o avançado do FC Porto Moussa Marega recusou-se a permanecer em campo, ao minuto 71, após ter sido alvo de cânticos racistas por parte dos adeptos da formação vimaranense, numa altura em que os “dragões” já venciam por 2-1.

Vários jogadores do FC Porto e do Vitória de Guimarães tentaram demover Marega de abandonar a partida, mas o avançado mostrou-se irredutível na decisão, tendo acabado por ser substituído por Manafá.

Os incidentes foram motivo para a abertura de um processo disciplinar, dois dias depois do jogo, sendo que, segundo fonte ligada ao processo, a acusação da Comissão de Instrutores (CI) da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) ficou concluída a 26 de Março de 2021.

De acordo com a mesma fonte, o Vitória de Guimarães abdicou da presença na audiência disciplinar, marcada para 19 de abril último, tendo a decisão sido tomada na reunião do CD de 3 de Maio.

Este caso já tinha dado origem a vários processos, por entidades distintas, outro deles pela Autoridade para a Prevenção e Combate da Violência no Desporto (APCVD), que puniu o clube minhoto também com três jogos em casa à porta fechada, mas estes terão de ser cumpridos após o regresso do público aos estádios.

O outro processo decorre após uma investigação da Polícia de Segurança Pública (PSP), que acedeu às imagens de videovigilância do estádio, de forma a serem identificados os eventuais autores dos insultos racistas, e um processo-crime do Ministério Público (MP) “por atos de discriminação racial”.

Três adeptos do emblema vimaranense estão a ser julgados no Tribunal de Guimarães pelo crime de discriminação e incitamento ao ódio e à violência, punido com pena de prisão de seis meses a cinco anos.

ZAP // Lusa

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