Jason Szenes / EPA
Galeria de arte digital NFT, em Nova Iorque.
Os resultados evidenciaram que mesmo visualizações muito breves podem ter efeitos significativos, levando a um menor humor negativo, ansiedade e solidão.
Aquando da primeira vaga da pandemia da covid-19, as instituições artísticas e culturais transitaram rapidamente de edifícios estanques para a Internet. Pela primeira vez, os museus digitais e as galerias de arte online tornaram-se o foco da atenção pública, o que teve duas consequências. Primeiramente, era possível aceder a objetos artísticos e culturais a partir dos sofás dos cidadãos de todo o mundo. Em segundo, a arte tinha a oportunidade de alcançar um público muito mais vasto do que antes.
Durante a última década, os investigadores conduziram numerosos estudos de investigação que demonstravam e enfatizavam o papel positivo que a arte pode ter na saúde e bem-estar dos indivíduos. No entanto, desconhecia-se se estes efeitos também podiam ser sentidos através da Internet.
Num novo estudo, MacKenzie Trupp, Matthew Pelowski, do grupo de investigação Arts and Research on Transformation of Individuals and Society, e os seus colegas do Departamento de Psicologia e do Instituto Max Planck de Psicolinguística pediram aos participantes para visitarem exposições de arte acessíveis através de smartphones, tablets, e computadores. Antes e depois da visita, o estado psicológico e o bem-estar foram monitorizados para determinar até que ponto a visualização da arte poderia ser benéfica.
Os resultados evidenciaram que mesmo visualizações muito breves podem ter efeitos significativos, levando a um menor humor negativo, ansiedade e solidão, bem como a um maior bem-estar subjectivo. Estes resultados foram comparáveis a outras intervenções, tais como experiências da natureza e visitas a galerias de arte física.
Após mais investigação, as experiências subjectivas pessoais dos indivíduos tornaram-se um aspecto importante a considerar. A equipa de investigação descobriu que quanto mais significativas ou bonitas as pessoas encontraram a arte e quanto mais sentimentos positivos tinham enquanto a viam, maior era o benefício.
Estes resultados demonstram que a visualização breve da arte em linha pode melhorar e apoiar o bem-estar. Além disso, este estudo enfatiza as intervenções artísticas – uma recomendação que pode ser implementada no local ou tornada específica para os espectadores individuais. Isto abre novos caminhos para mais investigação e aplicações em espaços como salas de espera, hospitais, e zonas rurais onde o acesso à arte é limitado.
