Infeções por vírus sincicial estão a subir. 33 bebés foram internados só este mês

A doença afeta principalmente crianças com menos de dois anos. Cerca de 43% das infeções registadas desde o ano passado foram em bebés com menos de três meses.

Os casos do vírus respiratório sincicial têm aumentado, uma doença que afeta especialmente crianças com menos de dois anos, e as autoridades estão preocupadas.

Nas últimas três semanas, foram internadas 33 crianças nos cuidados intensivos com a doença, o que representa mais de 60% de todos os internamentos por infeções respiratórias no mês de outubro, escreve a Renascença.

De acordo com os dados do relatório divulgado esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, cerca de 43% das 285 infeções registadas desde o ano passado foram em bebés com menos de três meses.

Cerca de 16% das infeções aconteceram em bebés prematuros e 15% tinham baixo peso ao nascer. Mais de 10% foram internados em Unidades de Cuidados Intensivos ou precisaram de ventiladores. Na semana passada foram identificados três casos de infeção num único hospital.

O número de infeções pode ainda ser bem maior, já que apenas um hospital tem reportado os casos. O INSA afirma que “os dados são ainda provisórios e serão atualizados nas próximas semanas, pelo que devem ser interpretados com cautela e tendo em conta a tendência crescente observada nas últimas semanas”.

Jorge Amil Dias, presidente do Colégio de Pediatria, esclarece que o aumento de casos não é um surto. “Aquilo que parece estar a ocorrer é uma modificação dos meses em que o vírus surge, mais do que propriamente um aumento do número de casos”, explica.

A menor exposição a outros vírus devido à pandemia diminuiu a imunidade das crianças e pode explicar o surgimento antecipado do aumento de casos este ano. O especialista acredita ainda que é cedo para sabermos se estamos no pico ou se o número de infeções vai continuar a subir.

“As comissões técnicas especializadas estão a acompanhar a situação e farão à DGS as recomendações oportunas para minimizar consequências”, acrescentou.

ZAP //

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