Uma terapia genética experimental promete trazer cor à vida de pessoas com a forma mais grave de daltonismo, também conhecida por acromatopsia.
O daltonismo é uma doença recessiva, ligada ao cromossoma X. Isto significa que uma mulher portadora do gene tem 50% de probabilidade de transmitir a doença a um filho e, se for doente, 100% de probabilidade de transmissão. Se for uma filha será sempre portadora, mas só terá a doença se ambos os pais a tiverem.
Os daltónicos sofrem grandes dificuldades, e alguns chegam a não conseguir distinguir as cores dos objetos. Algumas pessoas não conseguem mesmo distinguir cores nenhumas, vendo apenas preto, branco e algumas tonalidades de cinzento. No entanto, esta condição é rara. Além disso, também torna as pessoas sensíveis à luz e reduz a nitidez da sua visão.
De momento, a doença não tem qualquer tipo de cura, mas no futuro uma terapia genética poderá ajudar estas pessoas a ver todas as paletes de cores.
O OneZero escreve que, num pequeno estudo na Alemanha, uma terapia genética experimental melhorou a visão de nove pessoas com daltonismo total, uma condição também conhecida por acromatopsia. Depois do tratamento, os participantes de estudo conseguiam ver alguma cor num gráfico de visão.
A terapia é feita para corrigir o defeito num gene conhecido como CNGA3. São as mutações neste gene que são responsáveis por um terço dos casos de acromatopsia. Os resultados dos testes foram publicados, em abril, na revista científica JAMA Ophthalmology.
Os cientistas alemães inseriram cópias normais do gene CNGA3 nas partículas de vírus manipuladas. A ideia era que a versão saudável do gene corrigisse as células defeituosas nos pacientes com daltonismo. Cada um dos participantes recebeu uma injeção com o vírus num dos olhos.
Poucas semanas depois, a visão dos participantes tinha melhorado a nível de foco e contraste, que lhes permitia ver mais cores do que anteriormente.
Se os testes em humanos resultarem, isto poderá abrir a porta para a cura de formas mais comuns de daltonismo, que geralmente são hereditárias. Os investigadores acreditam que a terapia possa ter mais sucesso se for administrada em crianças.
Ainda assim, mesmo que se revele um sucesso nos teste clínicos, a terapia genética pode estar fora do alcance para muitas pessoas. O preço de uma terapia para restaurar a visão atualmente no mercado nos Estados Unidos tem um custo de 850 mil dólares, por exemplo.