Vírus misterioso que paralisa crianças intriga médicos

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charmaineswart / Morguefile

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Médicos e cientistas dos Estados Unidos estão a tentar decifrar um mistério: nos últimos seis meses mais de 100 crianças e jovens do país foram vítimas de um ataque de paralisia repentina, sem causa aparente.

Os casos começaram em agosto e os sintomas incluem debilidade repentina numa ou várias extremidades do corpo e perda da mobilidade.

Exames de ressonância magnética nas crianças afectadas mostram uma inflamação na massa cinzenta do cérebro.

O CDC, Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, sediado em Atlanta, está a investigar os casos registados, os factores de risco e as possíveis causas do problema.

Mas, até agora, pouco sabe, para além de que o CDC chamou à doença de mielite flácida aguda e que pode ter relação com um surto de enterovírus que ocorreu nos Estados Unidos na altura em que foram registados os primeiros casos.

Debilidade e paralisia

A mielite flácida aguda é uma doença neurológica que causa debilidade nas extremidades do corpo e, nos casos mais graves, paralisia.

Os primeiros 12 casos ocorreram em agosto de 2014, no Hospital Infantil Colorado em Aurora, no Estado americano do Colorado. A partir daí foram 111 casos relatados em 34 estados americanos.

“De repente começaram a chegar ao hospital crianças com sintomas pouco usuais. Tinham debilidade muscular, perda da mobilidade das extremidades e rigidez no pescoço“, explica o médico Kevin Messacar, que trabalha no hospital.

A idade das crianças afectadas por este surto era de, em média, sete anos.

Quase todas as crianças foram hospitalizadas. Algumas tiveram que ser ligadas a aparelhos para ajudar a respiração, mas todas estão agora já em casa, com terapia de reabilitação.

A maior parte dos pacientes apresentava também febre e problemas respiratórios antes da aparição dos sintomas neurológicos.

Cerca de dois terços das crianças em observação melhoraram numa média de 19 dias, mas apenas uma das crianças recuperou totalmente.

(dr) microbeworld.org

Os especialistas interrogam-se se estes casos de paralisia estão relacionados com o surto de enterovírus EV-D68

Os especialistas interrogam-se se estes casos de paralisia estão relacionados com o surto de enterovírus EV-D68

Quais as causas?

As causas específicas da mielite flácida aguda ainda estão em investigação.

Mas os casos desta doença são parecidos com doenças causadas por vírus como o enterovírus – entre os quais, o causador da poliomielite – o adenovírus, vírus do Nilo ocidental e o vírus da herpes.

Estas doenças podem ser resultado de uma série de causas, incluindo infecções virais, toxinas do ambiente, problemas genéticos e síndrome de Guillain-Barre, uma doença neurológica causada por uma resposta imune anormal a ataques contra os nervos do corpo.

Os especialistas estão também a investigar se os casos de mielite flácida aguda terão relação com as mais de 1000 infecções respiratórias, algumas delas graves, causadas nos Estados Unidos desde agosto de 2014 pelo EV-D68, o enterovírus D68.

Os médicos epidemiologistas do CDC afirmam que, o ano passado, o EV-D68 foi o tipo predominante de enterovírus em circulação nos Estados Unidos.

Para James Sejvar, neuroepidemiologista do CDC, a associação entre a mielite flácida aguda e o enterovírus poderá ser uma coincidência.

“Os casos de paralisia apareceram durante o surto do EV-D68. As curvas temporais das duas doenças coincidem: surgiram em agosto e o declive começou a ser notado ao final de outubro, começo de novembro”, diz Sejvar à BBC.

Mas os investigadores não descartaram ainda a associação entre as duas doenças.

“O que temos são provas circunstanciais. Não identificámos o próprio enterovírus EV-D68 na medula espinhal das crianças afetadas por esta mielite. Se encontrássemos algo assim, teríamos uma base mais sólida para estabelecer uma ligação entre as duas doenças”, explica Sejvar.

Uma equipa do Hospital Colorado estudou os 12 casos de paralisia que chegaram ao centro entre agosto e outubro de 2014.

Segundo a investigação, citada pela revista especializada The Lancet, as amostras nasais de oito das 12 crianças afetadas tinham  enterovírus – e cinco delas, tinham o EV-D68.

O que se pode fazer

Para já, devido à incerteza que cerca a doença, não há tratamento específico.

“Não conhecemos uma terapia eficaz para tratar a doença”, diz Kevin Messacar.

“Até agora foi aplicada terapia de reabilitação para que as crianças possam recuperar o máximo de mobilidade”, acrescentou.

James Sejvar, do CDC, afirma que a fisioterapia é a única forma de tratamento, mas acrescenta que os pacientes demonstraram pouco progresso na recuperação.

Além disso, os especialistas do CDC recomendam que se mantenham as vacinas em dia e lembram os conselhos mais comuns:  lavar as mãos com frequência com água e sabão, evitar o contacto mais próximo com pessoas afectadas pela doença e desinfectar superfícies tocadas com frequência.

ZAP / BBC

3 Comments

  1. Toxinas do ambiente…ah…ah..ah… Seria muito interessante saber há quanto tempo essas crianças levaram vacinas. Nunca relacionam as vacinas com esses sintomas, mas o engraçado é que ESTÃO LÁ NA BULA, é só ler e verificar que todos aqueles sintomas estão lá!
    Já sabemos que a indústria farmaceutica gera milhões €€ e não lhes interessa nada prejudicar um negócio tão rentável e cegamente seguido como a vacinação.
    Leiam as bulas com muita atenção antes de tomarem QUALQUER REMÉDIO.

  2. Na verdade assusta o caminho que vai levando o teor dos novos medicamentos.
    Molécula a molécula é certo mas tem muito mais efeitos colaterais dada a sua especificidade. e claro está que pegando o tema das vacinas ainda mais complica.
    Utilizam ovos como base multiplicadora e saber que aves e dinossauros se parecem fica a duvida somando tempo à coisa.

  3. Eles aqui não falam no assunto , mas isso começou a aconteçer assim que as crianças começaram a tomar as vacinas obrigatórias pelo governo .

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