Vinte e nove minutos de pesadelo (e o fantasma de Vigo)

Juan Herrero / EPA

O Benfica viveu um autêntico pesadelo nos primeiros 29 minutos do jogo em San Sebastián, casa da Real Sociedad.

A formação lusa já perdia por 3-0 aos 21 minutos e aos 29 viu ser batida uma grande penalidade, que por fortuna acabou por bater no poste.

No primeiro tempo foram ainda anulados dois golos aos bascos, numa exibição confrangedora dos homens da Luz que fez recordar, a muitos, o pesadelo vivido pela equipa lusa em Vigo, onde perdeu por 7-0.

Roger Schmidt corrigiu a tempo de evitar o acumular do resultado e o Benfica ainda conseguiu reduzir, mas não evitar mais uma derrota nesta fase de grupos da Liga dos Campeões, a quarta em quatro jogos.

Início arrepiante, a fazer lembrar Vigo. Aos 11 minutos já a formação da Luz perdia por 2-0, golos de Merino e Oyarzabal, e podiam ser mais logo a seguir, com Merino a bisar aos 15 minutos, mas o lance a ser anulado porque a bola tocou no braço do médio.

Só que aos 21 contou mesmo. Os “encarnados”, sem alas de raiz (Aursnes na esquerda e João Neves na direita), eram presas fáceis para os espanhóis nas faixas, com Barrenetxea a fazer o que quis de Neves e a rematar colocado para o 3-0.

Além das faixas, os bascos tinham clara superioridade no meio-campo, com Florentino e João Neves, sozinhos, sem capacidade para lidar com três e às vezes quatro elementos contrários.

Erro estratégico gritante de Schmidt, que ia permanecendo impávido e sereno. E aos 27, penálti de Otamendi sobre Oyarzabal, que Brais Méndez falhou, acertando no poste direito da baliza de Trubin.

As “águias” só melhoraram com a entrada de Jurásek aos 31 minutos, para o lugar de Florentino, passando Aursnes para a direita e Neves para o “miolo”. Porém, apenas conseguiram estancar a “hemorragia”.

O melhor ao intervalo era Oyarzabal, com um GoalPoint Rating de 7.2, fruto de um golo, dois remates, ambos enquadrados, e uma falta sofrida para grande penalidade. O melhor dos lisboetas era António Silva e não passava dos 5.2.

O Benfica começou a segunda parte a pressionar um pouco mais à frente, embora sem grande convicção, mas conseguiu mesmo reduzir aos 49 minutos, por Rafa Silva, a finalizar tranquilamente após assistência de Otamendi.

Curiosamente, pareceu que o Benfica se contentou com o “golito” e pouco mais fez a partir desse momento, apesar de ter estado sempre dentro do jogo durante o segundo tempo.

Roger Schmidt ainda “colocou a carne toda no assador” com a entrada de Musa, para a saída de… Arthur Cabral, pelo que pouco ou nada mudou e a bola continuou a não chegar à área basca. Estava consumada a quarta derrota seguida nesta fase de grupos e o adeus aos oitavos-de-final.

Melhor em Campo

Que classe do médio espanhol. Mikel Merino mandou no meio-campo e foi a melhor unidade na partida desta terça-feira, tendo feito miséria do “miolo” benfiquista na primeira parte.

Mikel fez um golo em quatro remates, três enquadrados, e ainda viu outro ser anulado. Além disso completou duas das três tentativas de drible, ganhou seis de nove duelos aéreos ofensivos e acumulou o máximo de recuperações de posse (12). Terminou, assim, com um GoalPoint Rating de 7.9.

Destaques da Real Sociedad

Oyarzabal 7.0

Mais um tratado. O craque da Real Sociedad fez miséria na primeira parte, marcou um golo, desequilibrou, pressionou, mostrou visão e inteligência e ainda sofreu uma falta para grande penalidade.

Zubeldia 6.4

Praticamente intransponível o central, que ganhou dois de cinco duelos aéreos defensivos, fez oito recuperações de posse e somou nove acções defensivas, com destaque para quatro desarmes.

Zubimendi 6.3

O médio-defensivo foi fundamental para anular o meio-campo benfiquista, com oito recuperações de posse e 48 passes certos em 53.

Destaques do Benfica

Morato 6.2

Tem beneficiado do sistema de três centrais e foi o melhor das “águias”. Destaque para 14 acções defensivas, entre elas cinco desarmes e três intercepções, e ainda realizou um corte decisivo. A nota é penalizada pelas quatro perdas de posse no primeiro terço.

Rafa Silva 5.6

O atacante teve poucas hipóteses de brilhar, mas quando teve uma, aproveitou e fez um golo, tendo terminado com quatro remates, só um enquadrado. Foi o jogador mais carregado em falta (4).

António Silva 5.4

O melhor do Benfica na primeira parte, sentiu muitas dificuldades para travar os atacantes contrários. Ganhou só um duelos aéreo defensivo em quatro, perdeu quatro vezes a posse no primeiro terço e destacou-se positivamente com um corte decisivo.

João Neves 5.4

Andou “às aranhas” enquanto ocupou o corredor direito. Melhorou após passar para o meio-campo, mas nunca conseguiu impor o seu jogo. Ainda assim terminou com alguns números muito bons, como 15 acções defensivas, entre elas cinco desarmes e três intercepções, bem como três bloqueios de passe/cruzamento e quatro acções defensivas no meio-campo contrário. De negativo as quatro perdas de posse no primeiro terço.

Florentino 3.0

Perante o grande número de jogadores da Real contra um meio-campo benfiquista de apenas dois elementos, o “trinco” viveu uma noite para esquecer, com apenas três acções defensivas em 31 minutos e um erro (passe para Otamendi) que redundou no segundo tento basco.

Resumo

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