Era preciso profissionalismo e sorte. Mas conseguiram: imagens inéditas da embarcação histórica Storfjord.
Em Novembro do ano passado, foi descoberto o barco que terá protagonizado o naufrágio mais antigo na Noruega. Pelo menos, entre as descobertas registadas até agora, é mesmo o mais antigo.
É uma embarcação chamada Storfjord e está no lago Mjøsa (o maior lago na Noruega). Está lá provavelmente há 700 anos, ou perto disso.
Investigadores do Instituto Norueguês de Pesquisa em Defesa da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia descobriram o barco, relata a revista Galileu.
Através de um sonar de alta resolução (que permite localizar embarcações através do som), encontraram o Storfjord e ficaram com uma ideia de como seria o barco, através de duas fotografias – as duas possíveis – tiradas de ângulos diferentes.
Criaram um modelo 3D com base nas imagens do sonar e repararam nas hastes do barco: uma mais vertical, talvez um remo – e isto não era comum na Noruega até ao século XIV. Ou seja, esta embarcação pode ter sido construída perto do ano 1300.
Entretanto, em Março, foram analisados cinco destroços, através de veículos subaquáticos controlados de forma remota – e assim foi possível filmar algo que está 400 metros abaixo do nível do mar, numa zona do lago Mjøsa até onde não é possível mergulhar, obviamente.
Há poucos dias foi publicado esse vídeo, que partilhamos no início deste artigo.
Foi preciso profissionalismo e… sorte. O barco ficou completamente parado e o clima ajudou. A descida demorou 30 minutos – quando o equipamento chegou mesmo junto da embarcação, só tinha 6% da bateria; só deu para filmar alguns segundos.
O barco tem um comprimento de 10 metros e 2,5 metros de largura. Diversas partes já se estão a soltar, por isso é provável que esteja no mar há mesmo muito tempo. O seu design faz lembrar navios Vikings clássicos.
“Um remo de direcção é um leme com dobradiças na parte traseira de um barco, como num barco moderno. Em navios vikings, havia um leme lateral; por isso é chamado estibordo do lado direito”, explicou o investigador Øyvind Ødegård, no portal Sciencenorway.no.
O leme lateral era como um remo, com um ângulo, com o qual um membro da tripulação se sentava e manobrava.
Os investigadores continuam sem conseguir confirmar que o barco é realmente muito antigo – mas têm a certeza que não é moderno.