Vídeos mostram Macaco e a mulher a vender bilhetes do FC Porto em esquema ilegal

As imagens mostram que o esquema de venda de bilhetes no mercado negro continuou já após a detenção de Macaco no âmbito da Operação Pretoriano.

A “Operação Bilhete Dourado” trouxe à luz um esquema de venda ilegal de bilhetes que envolve figuras proeminentes do FC Porto e da claque Super Dragões, incluindo o líder Fernando Madureira, conhecido como ‘Macaco’, e a sua esposa, Sandra Madureira.

Vários vídeos anexados ao processo e obtidos pelo Correio da Manhã revelam uma operação bem organizada para a venda de bilhetes para os jogos, com movimentação de grandes quantias de dinheiro. No entanto, o Ministério Público afirma que a maior parte desse dinheiro não chegava ao clube.

As imagens captadas no ano passado no café do Museu do Porto mostram Fernando Madureira e Sandra, juntamente com outros membros dos Super Dragões, como Hugo Carneiro, conhecido como ‘Polaco’. Polaco foi filmado a manusear grandes somas de dinheiro. Outro membro da claque, conhecido como ‘Avintes’, também foi visto a vender bilhetes perto do estádio.

Fernando Madureira apanhado a vender bilhetes. pic.twitter.com/0gBIqU6EPD

— Futebol Divertido (@FutebolDiverti) May 16, 2024

Recorde-se que Polaco, tal como Macaco, está atualmente preso preventivamente no âmbito da “Operação Pretoriano”, relacionada com as agressões na assembleia geral de novembro.

Fernando Madureira tinha acesso a bilhetes que vendia a preços convidativos dentro dos Super Dragões, mas que acabavam por chegar a todos os adeptos. Os bilhetes incluíam inscrições como “relações-públicas”, “convites”, “sócios atletas” e até “recursos humanos”, que eram vendidos no mercado negro.

Este ano, na proximidade das eleições do FC Porto, João ‘Gato’, também dos Super Dragões, foi filmado a vender bilhetes perto do estádio, indicando que o esquema continuou mesmo após a prisão de Madureira. A liderança do esquema passou para a filha de Madureira, Catarina.

Durante buscas realizadas pela PSP no domingo, 13 pessoas foram constituídas arguidas, incluindo Catarina Madureira. A mãe, Sandra, a avó Manuela e a bisavó Júlia também foram implicadas. A PSP apreendeu 44 mil euros durante a operação.

Além disso, a PSP realizou várias vigilâncias após a detenção de Madureira em janeiro e apanhou Catarina diversas vezes perto do contentor dos Super Dragões. A operação da PSP interrompeu temporariamente os lucros do clã Madureira, mas as atividades ilícitas parecem persistir sob a nova liderança.