A vida política em Portugal “tem que rebentar por algum sítio”

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Mínimo de meio ano, máximo de um ano. As previsões de Pacheco Pereira para o Governo. Alexandra Leitão fala num PS fiel.

O Partido Socialista (PS) não quer forçar um entendimento entre a Aliança Democrática (AD) e o Chega.

A garantia foi repetida por Alexandra Leitão, na rádio TSF, onde assegurou que o PS é apenas “fiel” ao seu programa eleitoral.

É a AD quem tem de garantir a governabilidade, não o PS. E ainda não percebi qual é a estratégia para essa garantia”, declarou a deputada socialista.

Alexandra salientou o silêncio de Luís Montenegro entre a noite das eleições legislativas de 10 de Março e o dia da tomada de posse do Governo.

Depois disso, o discurso na tomada posse apresentou “indicações contrárias” à garantia de estabilidade. “O discurso foi: ‘Nós vamos concretizar o nosso programa eleitoral e só uma moção de rejeição nos vai derrubar'”.

Em relação à ausência de Pedro Nuno Santos dessa tomada de posse, Alexandra Leitão voltou a dizer que não dá o significado “que foi atribuído” a esse momento: “Não tem importância”.

José Pacheco Pereira concorda que o PS não está a empurrar AD para um consenso com o Chega.

“O problema são as condições de governabilidade“, destacou o antigo deputado do PSD.

Para Pacheco Pereira, o actual Governo tem três rumos.

O primeiro é a “provocação ao PS, tentar forçar um drama qualquer para provocar eleições antecipadas. E há traços disso, mas não há clareza estratégica”, analisou.

O segundo é um problema: o das promessas “a torto e a direito” e agora tem de cumprir o que prometeu. E lembrou que cumprir promessas não é só para este ano: “É para sempre, há maior pressão orçamental”.

O terceiro caminho é… “Não governar. Sabe que o PS está contra em alguns assuntos, o Chega está contra noutros assuntos. É possível fazer isso durante algum tempo”.

Além disso, há eleições europeias daqui a dois meses: “Os resultados serão interpretados a nível nacional, não são só resultados para o Parlamento Europeu”.

Pacheco Pereira estabelece um prazo para o Governo: “Seis meses é o mínimo, um ano no máximo“.

Vê um PS “entalado entre uma linha dura e uma linha soft“, mas acrescenta que os dois lados estão entalados: PS e Governo. E explica: “Uma linha mole presta-se à acusação que parte do PS está a manter o Governo; a linha dura acusa o Governo de não negociar”.

“A vida política, hoje, está cheia de impasses. E portanto tem que rebentar por algum sítio. Ou então entra num pântano estrutural, resultado de não haver maiorias e de não ser fácil governar com a actual coligação”, disse Pacheco Pereira.

A ausência de Pedro Nuno da tomada de posse originou resposta curta: “Quero lá saber disso para alguma coisa”.

António Lobo Xavier acha que o PS “ainda não sabe muito bem como se colocar. E compreendo: o tempo mudou”, acrescentou.

O militante do CDS ainda não viu o Governo a explicar como vai assegurar a governabilidade, mas também vê um PS “balcanizado” que não sabe muito bem como fazer oposição.

ZAP //

4 Comments

  1. O PS so tem se ficar a olhar e ver isto arder! Muito do mal está feito pelo PS! E como todos sabem o PSDois é a mesma
    Merda e fez o mesmo que o PS promessas a torto e a direito, quando analisarem o buraco que o PS deixou vamos ver quem vai pagar a conta!!
    Isto quase que parece um dejavu da altura do socrates e
    Do passos! Hahaha tristeza este pais!

  2. Conclusão: Portugal é uma República das Bananas e com políticos bananas. Só pensam em salvar a sua medíocre ideologia, sem encarar os problemas reais do Pais. O PS tinha maioria absoluta e não conseguiu levar a legislatura até ao fim. Agora andam todos a afiar as facas para este Governo assim que tomou posse. Em vez de pensarem em deitar o Governo a baixo deviam era de trabalhar mais pelo futuro do Pais, mas gostam mais de “telenovelas” políticas (medíocres) e de andar a passear em campanhas eleitorais à conta dos contribuintes….

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  3. Pacheco Pereira é um visionário, homem sério e, ele sim, um verdadeiro democrata, dos raríssimos que ainda militam no PSD.
    Concordo. “a vida política tem que rebentar por algum lado”.
    Entre seis meses e um ano, dependerá do tempo que este governo demore a estatelar-se contra os muros por ele erguidos. Que seja o mínimo possível. Menos estragam.

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