O Governo italiano impôs rigorosas medidas devido à pandemia de covid-19, que parecem ter beneficiado a vida marinha.
Em abril, a Guarda Costeira italiana, em colaboração com outras agências policiais e autoridades ambientais regionais, lançou uma campanha de monitorização para avaliar a saúde do Mar Mediterrâneo e o impacto da atividade humana neste ecossistema.
Alessandro Mino, comandante da Unidade de Mergulho da Guarda Costeira italiana, revelou à Reuters que “conseguimos uma melhoria significativa na transparência das águas“, fruto do confinamento.
Os resultados do estudo serão divulgados no final do mês de julho e vão debruçar-se sobre a saúde do mar através da recolha de dados adquiridos de amostras de água, filmagens subaquáticas filmadas por ROVs e pelo censo de avistamentos incomuns de espécies marinhas próximas a áreas densamente povoadas.
Ainda que as conclusões só sejam conhecidas no final deste mês, há resultados evidentes. “Pudemos ver a diminuição do impacto humano e avaliar positivamente o facto de o ambiente marinho e a vida marinha recuperaram espaços que a atividade humana ocupou”, explicou o tenente.
Para Cosimo Nicastro, porta-voz da Guarda Costeira, os resultados permitem uma maior compreensão sobre o quão frágeis são estes ecossistemas.
“Com a emergência sanitária entendemos melhor o que vemos ao nosso redor, esta herança incomensurável que compõe nosso país é tão rica, mas também é algo frágil, algo que não devemos aceitar como garantido. Devemos entender que esse património de beleza nos foi emprestado pelos nossos pais e devemos preservá-lo e entregá-lo a nossos filhos e às gerações futuras. Não é algo que nos pertence”, disse.
A Reuters adianta que, sem banhistas ou barcos a motor nas águas da costa italiana, um grupo de cachalotes foi avistado nas águas azuis do mar da Sicília, perto de Milazzo. Já os golfinhos substituíram o tráfego de navios porta-contentores nos portos da Ligúria.