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Em vez de um buraco negro, a Via Láctea pode ter uma bolha de matéria escura

Os cientistas acham que o centro da nossa galáxia esconde um buraco negro supermassivo. Mas um novo estudo sugere que o Sagitário A* pode ser, na verdade, uma bolha de matéria escura.

E se o Sagitário A*, conhecido por ser o buraco negro supermassivo da Via Láctea, for, na verdade, uma bolha de matéria escura? É o que sugere um novo estudo, aceite para publicação na MNRAS Letters e disponível no portal arXiv.

Se os cientistas conseguissem observar o suposto buraco negro não restariam dúvidas, mas como só conseguem inferir a sua presença a partir do movimento dos objetos à sua volta, que parecem estar sob a influência de um objeto muito grande, a sua verdadeira identidade é mais difícil de apurar.

O Extreme Tech explica que, no passado, os cientistas usaram o movimento de objetos como a estrela S2 para validar a relatividade geral enquanto passavam pelo suposto buraco negro. Mas, há uns tempos, o G2, um objetivo que pode (ou não) ser uma nuvem de gás hidrogénio, passou por Sagitário A* e não se comportou como o esperado.

Em 2020, uma equipa de investigadores mostrou que o movimento de S2 e G2 também era consistente com um modelo diferente, em que o centro da Via Láctea é habitado por fermiões de matéria escura.

Estas partículas são ultraleves, pelo que não colapsariam num buraco negro. Ao mesmo tempo, podem agrupar-se numa bolha escura e afetar objetos próximos com a sua gravidade.

O novo estudo expandiu esta teoria para 17 estrelas do grupo S, que orbitam um buraco negro, e concluiu que as órbitas são compatíveis com uma bolha de matéria escura em Sagitário A*.

A equipa sugere ainda que estes aglomerados de matéria escura podem atingir uma massa crítica e colapsar em buracos negros. Esta hipótese poderia ajudar a explicar como é que estes enormes objetos surgiram.

Liliana Malainho, ZAP //

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