Uma equipa de cientistas descobriu que as abelhas usam um som específico para comunicar os ataques das vespas assassinas com a colónia.
Quando as vespas asiáticas atacam uma colmeia, o impacto mortífero pode ser desolador. Uma equipa de investigadores descobriu agora que as abelhas asiáticas (Apis cerana) podem responder à ameaça com um repertório de sinais de aviso, de forma a alertar e proteger o resto da colónia.
As estratégias de sobrevivência das abelhas incluem um sinal de alerta que estimula movimentos defensivos. O “antipredador” – assim batizado – é barulhento, tem diferentes durações e tons semelhantes a gritos de pânico.
Segundo o Science Alert, estão em causa sinais vibroacústicos ou impulsos curtos de vibração e frequências sonoras produzidos pelas asas e tórax de uma abelha.
A investigação analisou interações entre vespas gigantes e abelhas asiáticas, no Vietname, e reuniu quase 30.000 registos de sinais durante 1.300 minutos de monitorização.
As gravações das colónias que sofreram ataques de vespas assassinas eram ruidosas e frenéticas, enquanto as gravações das colónias de controlo eram silenciosas e calmas.
Os ataques provocaram o aumento dos “gritos” das abelhas para níveis sete vezes superiores aos de quando não havia ameaça.
Durante estes sinais de alerta, os cientistas notaram que as abelhas levantam o abdómen, abanam as asas e correm freneticamente, tudo isto enquanto exibem a sua glândula Nasonov, produtora de feromonas. Este comportamento sugere que as abelhas produzem múltiplos tipos de informação para atrair a atenção dos seus colegas.
“Elas comunicam constantemente uns com os outros tanto nos bons como nos maus momentos”, escreveram os investigadores, “mas a troca de sinais antipredadores é particularmente importante em tempos difíceis, quando é imperativo mobilizar os trabalhadores para defender a colónia.”
“A investigação mostra o quão surpreendentemente complexos podem ser os sinais produzidos pelas abelhas asiáticas”, comentou Gard Otis, co-autor do artigo. “Sentimos que só arranhámos a superfície da compreensão da sua comunicação. Há muito mais a aprender.”
O artigo científico foi publicado, na quarta-feira, na Royal Society Open Science.