Uma Vénus do Paleolítico esculpida há 23 mil anos foi encontrada no campo arqueológico de Renancourt, perto de Amiens, no norte de França.
A descoberta remonta a julho passado e foi agora anunciada em comunicado pelo Instituto Nacional de Arqueologia francês (Inrap), que leva a cabo escavações no sítio arqueológico perto de Amiens desde 2014.
Batizada de “Vénus de Renancourt”, a figura de pedra tem quatro centímetros de altura e foi encontrada em boas condições de conservação. De acordo com os arqueólogos, foram já encontradas várias esculturas com as mesmas características neste local, mas nenhuma com o grau de conservação desta peça.
A estatueta agora encontrada representa uma mulher com nádegas, coxas e seios hipertrofiados, características proeminentes de algumas Vénus do Paleolítico que tem sido associados ao culto da fertilidade. Os seus braços são destacados com linhas e o rosto quase não está marcado.
“Esta escultura inscreve-se perfeitamente no cânone estético da tradição estilística que se encontra nas Vénus de Lespugue (Alto Garona) e de Willendorf (Áustria), ou aquela, em baixo-relevo, de Laussel (Dordonha)”, diz o instituo francês na mesma nota de imprensa citada pelo jornal Público.
Através da datação por carbono 14, os cientistas apontaram ainda que a estatueta tenha cerca de 23.000 mil anos.
A figura é a décima quinta a ser descoberta neste sítio arqueológico, levando as equipas de arqueólogos a sugerir a existências de uma oficina que, no passado, produziu estas estatuetas durante o início do Paleolítico Superior.
Segundo o Inrap, trata-se de uma descoberta “surpreendente”. Dominique Garcia, presidente do instituto, acredita que a descoberta da “Vénus de Renancourt” é o tipo de “documentos que passarão a integrar os futuros manuais escolares”.