Miguel A. Lopes / Lusa
O presidente do Chega, André Ventura
O Chega foi autor e vítima de desinformação na campanha para as eleições europeias de Junho. E André Ventura foi o primeiro líder político em Portugal, a ser alvo de manipulação de voz com inteligência artificial (IA).
As conclusões são do MediaLab, instituto de estudo de Ciências da Comunicação integrado no ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, que desenvolveu um projecto para detectar e prevenir eventuais notícias falsas antes das eleições europeias, numa parceria com a Comissão Nacional de Eleições (CNE).
“Houve várias situações em que o Chega propiciou a desinformação“, refere à Lusa o sociólogo e coordenador do MediaLab, Gustavo Cardoso, considerando que “é um bocadinho como aquela expressão popular: ‘Quem com ferro mata com ferro morre’”.
O partido de extrema-direita tem estado envolvido em vários casos de desinformação e chegou a chegou a receber um puxão de orelhas devido a notícias falsas divulgadas nas redes sociais, do Chega e do líder André Ventura.
Os investigadores do MediaLab também detectaram vários casos durante a campanha das europeias.
Um desses casos é um vídeo originário da Síria com uma estátua da Virgem Maria, datado de 2013 e divulgado nas redes sociais do Chega, que foi considerado como desinformação pelos especialistas.
Mas o Chega também foi vítima de desinformação, com André Ventura a ser o primeiro líder político em Portugal a ter a voz manipulada por Inteligência Artificial (IA) num vídeo de publicidade enganosa com conteúdo político, num caso claro de desinformação com motivação económica.
“A tentação de utilizar dimensões desinformativas” que deram sucesso ao Chega nas redes sociais, teve como consequência “ser a vítima central da desinformação nestas eleições” europeias, analisa Gustavo Cardoso.
O partido de Ventura e os seus candidatos “foram mais atacados” pela via desinformativa, refere o investigador.
ZAP // Lusa
O demônio conseguiu distorcer o pensamento europeu, nos nossos tempos.
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