Sergio Perez / EPA
![](https://zap.aeiou.pt/wp-content/uploads/2025/02/69cd9e746364e8999b0e9c9da881fe9b-783x450.jpg)
André Ventura discursa durante a primeira cimeira dos partidos de extrema-direita da UE em Madrid, sob o lema “Make Europe Great Again”
André Ventura discursou, este sábado, em Madrid, junto de vários líderes de extrema-direita europeus, onde pediu a reconquista da “Europa cristã”, sob o mote ao estilo de Trump: Make Europe Great Again.
O presidente do Chega, André Ventura, afirmou, perante vários líderes de extrema-direita europeus, que é urgente “reconquistar a Europa cristã”.
Num encontro dos Patriotas pela Europa, o terceiro maior grupo no Parlamento Europeu, que agrega vários partidos de direita radical europeia, este sábado, em Madrid, o mote foi “Make Europe Great Again“, numa clara alusão ao da campanha de Donald Trump “Make America Great Again“.
O El País descreve, precisamente, este grupo político que foi oficialmente criado em julho, após as últimas eleições europeias, por iniciativa de Viktor Orbán, um partido de “ultradireita trumpista”.
André Ventura evocou, por várias vezes o presidente norte-americano, considerando ainda que a Europa não vai ser “grande outra vez” (great again) – numa repetida alusão ao mote de Trump – se fizer o mesmo que “socialistas ou social-democratas fizeram nos últimos 50 anos”.
O líder do Chega, que falou em espanhol, afirmou que “este é um tempo para união e mudança, para uma reconquista não só em Espanha mas em toda a Europa”.
“Temos que reconquistar uma Europa que é nossa, que nos pertence, e não temos medo de dizer: uma Europa cristã, porque é a Europa que construímos para nós e para as nossas crianças”, defendeu.
“Chega… Chega… Chega…”
“Temos que dizer que chega de ideologia de género nas escolas e universidades, na comunicação social”, começou por dizer.
“Chega de imigrantes que vêm para o nosso território não para trabalhar mas sim para nos dizer como viver”, continuou.
“Chega de uma classe política de parasitas que estão a enriquecer e nos fazem mais pobres com menos dinheiro para pagar luz, gás, petróleo e habitação. É tempo de união”, apelou.
Numa intervenção na qual deixou largos elogios ao líder do partido de extrema-direita espanhol Vox, Santiago Abascal, que foi eleito em novembro passado presidente do grupo político Patriotas pela Europa,
“Estão a tentar matar-nos”
Ventura afirmou que os restantes partidos europeus “já perceberam que não podem vencer através do voto democrático”. Depois, alegou que, por essa razão, estão a tentar “prender ou matar” os líderes de direita radical.
Como exemplo usou o caso de Donald Trump, que foi atingido com um disparo de uma espingarda, que o feriu na orelha direita, em julho do ano passado, durante um comício em Butler, Pensilvânia.
“Tocam em um de nós, tocam-nos a todos”, afirmou André Ventura.
“Quando ele [Donald Trump] estava no chão, não disse aos seguranças «levem-me, quero ir embora». Ele levantou-se e disse às pessoas «lutem, lutem, lutem». E é essa a nossa mensagem”, acrescentou.
Extrema-direita reunida
Além de Abascal e de Ventura, estão em Madrid, entre outros, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, o vice-primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini, e a francesa Marine Le Pen, dirigente da União Nacional de França, o partido que contribui com maior número de deputados para o Patriotas pela Europa.
O Patriotas pela Europa é um grupo político que foi oficialmente criado em julho, após as últimas eleições europeias, por iniciativa de Viktor Orbán, depois de o seu partido, o Fidesz, ter saído do Partido Popular Europeu (PPE).
Atualmente com 86 deputados no Parlamento Europeu, de 14 países, tem como uma das suas principais bandeiras o discurso anti-imigração, considerado xenófobo por politólogos e organizações de defesa dos direitos humanos.
ZAP // Lusa