Uma equipa de engenheiros da Universidade de Vanderbilt, nos Estados Unidos, construiu um ventilador caseiro que pode ser usado como último recurso.
A pandemia de covid-19 continua a desafiar as comunidades médicas e uma das ameaças mais prementes é o fornecimento cada vez mais débil de ventiladores. Recentemente, uma equipa de engenheiros da Universidade de Vanderbilt aceitou o desafio de desenvolver um ventilador caseiro, para uso de último recurso.
Um ventilador é uma máquina que bombeia mecanicamente o ar para os pulmões e é destinado a pacientes que não conseguem respirar por conta própria.
“É assim que as pessoas morrem por covid-19”, disse Robert Webster, professor de engenharia mecânica da Universidade Vanderbilt. “Os pacientes podem morrer de outras maneiras, mas esta é a principal razão.”
Foi por esse motivo que Webster começou a trabalhar com outros engenheiros, de forma a arranjar uma solução para este problema. Decidiram, assim, construir um ventilador caseiro, e tudo o que encontraram nas suas garagens serviu para impulsionar este projeto: “pedaços de madeira, madeira compensada e até um para-brisas de um automóvel”.
De acordo com o comunicado da universidade norte-americana, o objetivo é criar um design open-source que qualquer pessoa consiga replicar nas suas próprias casas, caso a pandemia piore.
Na fabricação de um ventilador, é preciso ter em conta a força precisa para bombear o ar. No primeiro protótipo, os engenheiros enrolaram uma correia de nylon em torno de uma bolsa e prenderam-na ao braço da manivela de um motor de um para-brisas, para aplicar a força de aperto repetitiva.
O design funcionou, mas equipa queria um ainda mais “limpo”, no qual a quantidade de compressão (conhecida como volume corrente) pudesse ser controlada com mais precisão.
Inspirado pelo Mecanismo Scotch Yoke, a equipa construiu o seu segundo (e mais recente) protótipo em menos de três horas, usando materiais e ferramentas que podem ser encontrados em qualquer lugar do mundo, como madeira.
A equipa acrescentou, por último, sensores e controlos ao projeto, de modo a melhorar a segurança e a ajustar a proporção de entrada e saída de ar, para corresponder à respiração normal.
Assim que receberem o feedback deste ventilador caseiro, a equipa vai pôr mãos à obra e desenvolver o terceiro protótipo, que será extremamente parecido com um ventilador comum – ou, pelo menos, um ventilador capaz de deixar a equipa médica confortável em usá-lo em caso de necessidade urgente.
O objetivo a longo prazo passa por disponibilizar publicamente o design para que qualquer pessoa o consiga replicar.