Na Venezuela ocorreram 14.666 apagões apenas durante o mês de junho, segundo uma monitorização dos serviços públicos feita pela Cedice Libertad, uma Organização Não-Governamental (ONG) que registou outras 21.096 falhas no serviço elétrico entre os meses de janeiro e maio de 2022.
“Devido ao mau estado dos serviços públicos e às fortes chuvas na região andina, o estado de Táchira registou o pior desempenho em termos de eletricidade, com uma média de mais de nove horas sem serviço por dia”, explicou um relatório da Cedice Libertad, citada esta quarta-feira pela agência Lusa.
Num documento intitulado “Monitorização dos Serviços Públicos – junho de 2022”, a ONG explicou que o governo regional de Táchira (um dos 24 Estados do país) “tem insistido na necessidade de avançar com um projeto humanitário para atender a emergência elétrica”.
Além de Táchira, as outras regiões venezuelanas com apagões de várias horas foram Mérida, Zúlia, Falcón, Barinas, Lara, Trujillo, Nova Esparta e Bolívar.
O relatório dá conta ainda que, com exceção do Distrito Capital, a população percebe o serviço elétrico como deficiente, e que no caso de Caracas 2% tem energia sem interrupções, 38% registou uma ou mais variações de voltagem e 60% ficou sem eletricidade por mais de 1 hora por dia.
O relatório deu conta ainda que apenas 2% da população teve água de maneira contínua, 5% seguiu um programa regular de racionamento hídrico e 40% com restrições não regulares. Por outro lado, 12% registou escassez de água por mais de uma semana e 41% durante 15 dias.
“Em média, um zuliano (do Estado de Zúlia) tem de viajar entre 4 e 5 km para abastecer-se de água (…) os venezuelanos gastam em média entre 8 e 20 horas por semana do seu tempo para armazenar e tratar da água que consome”, explicou.
O relatório revelou igualmente que “7 em cada 10 barragens apresentam problemas de contaminação”.