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Veneno de escorpião pode esconder segredo para reverter artrite

Em testes realizados com ratos, uma proteína do veneno de escorpião mostrou ser capaz de reverter a inflamação causada pela artrite. Os cientistas ambicionam que possa ser aplicável a humanos.

Pode parecer algo paradoxal, mas o veneno de certos animais, como escorpiões, cobras e aranhas, pode ter aplicações bastante úteis para a medicina. Exemplo disso mesmo é a mais recente descoberta de investigadores norte-americanos de que uma pequena proteína do veneno de escorpião ajudou a reverter a inflamação em ratos com artrite.

A CUF explica que a artrite corresponde a um processo inflamatório articular que se caracteriza pela presença de derrame articular e dor na movimentação, calor, vermelhidão e limitação funcional.

Atualmente, já existem no mercado medicamentos para tratar a inflamação causada pela artrite. O problema é que trazem sérios efeitos secundários para a saúde das pessoas que sofrem desta condição, entre os quais a subida da pressão arterial ou o aumento de peso.

“Para pessoas com artrite multiarticular, os efeitos colaterais do controlo da doença podem ser tão maus ou piores que a própria doença“, explica Jim Olson, autor do estudo publicado esta semana na revista científica Science Translational Medicine. “Os esteroides gostam de ir a qualquer lugar do corpo, exceto onde são mais necessários. Esta é uma estratégia para melhorar o alívio da artrite com efeitos colaterais”.

Foi no veneno de escorpião que Olson e a sua equipa descobriram um péptido que parecia acumular-se naturalmente na cartilagem. Após anos de testes, os investigadores encontraram uma forma de usar o péptido com um esteroide para combater a artrite. Até ao momento, nos testes feitos em ratos, os resultados são convincentes.

“É uma ideia bastante simples pegar numa miniproteína que naturalmente vai para a cartilagem e anexar algo nela, para que consiga a entrega direcionada do medicamento, mas era um desafio conseguir isto”, explicou Emily Girard, cientista que pertence à equipa de investigadores, citada pelo New Atlas.

As aspirações destes especialistas é que, no futuro, possa ser usado num tratamento real para humanos com artrite, combatendo o problema sem efeitos secundários que hoje afetam as pessoas.

ZAP //

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