Vem aí situação de alerta? Fogo evacuou Óbidos e seis distritos estão sob aviso vermelho

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Paulo Cunha / Lusa

Incêndio florestal lavra com “bastante intensidade” em Ourém, no distrito de Santarém

“Para já”, Governo não vai declarar situação de alerta face ao perigo de incêndios rurais, que já “lavram com intensidade” em Odemira e Ourém. Há seis distritos em aviso máximo para esta segunda-feira.

O concelho de Odemira (Beja) e a zona de Ourém (Santarém) vivem dias intensos no combate às chamas que já obrigaram à evacuação de centenas de pessoas.

Após estar a ponderar declarar situação de alerta devido ao elevado perigo de incêndios rurais nos próximos dias, em que se prevê um quadro meteorológico “complexo”, o Governo confirma que não será declarada a situação de alerta “para já”.

Num cenário em que 120 concelhos do interior Norte e Centro e dos distritos de Beja e Faro estão em perigo máximo de incêndio, o ministro da Administração Interna considerou que, tendo em conta a resposta do dispositivo ao combate e as condições meteorológicas, a situação de alerta não será ativada por enquanto.

José Luís Carneiro considerou também que os meios e o dispositivo de combate aos fogos “está a mostrar eficiência” neste momento.

Patrícia Gaspar, secretária de Estado da Proteção Civil, lembrou este domingo ainda que estão a ser feitas as últimas avaliações entre a ANEPC e o IPMA para que se tome uma decisão quanto à “possibilidade de emissão de uma declaração de situação de alerta em função da confirmação deste quadro meteorológico para os próximos dias”.

A governante explicou que a declaração de situação de alerta “é um instrumento excecional que deve ser usado, obviamente, sempre que adequado e sempre que a situação assim o determine”.

As previsões meteorológicas para os próximos dias apontam para “temperaturas acima da média para esta altura do ano, dias muito quentes”, bem como “níveis de humidade relativa durante o dia muito baixos, inferior a 10% em grande parte do território nacional”.

Incêndio lavra em Odemira e Ourém e obriga a evacuar

O incêndio que deflagrou no sábado em Odemira, no distrito de Beja, já obrigou a evacuar quatro locais no concelho de Odemira (Vale dos Alhos, Vale de Água, Choça dos Vales e Relva Grande) e mais uma unidade de Turismo Rural, num total de mais de 100 pessoas retiradas. Segundo a informação da ANEPC, este incêndio mobilizava pelas 08:55 de hoje 573 operacionais, apoiados por 205 viaturas, às quais se juntarão agora nove meios aéreos.

O incêndio que lavra com “bastante intensidade” na zona de Ourém, no distrito de Santarém, obrigou à evacuação da vila de Óbidos, disse este domingo à Lusa fonte da Proteção Civil. O fogo terá uma frente ativa, que se dirige para a localidade de Óbidos, e já mobilizou nesta manhã de segunda-feira 325 operacionais, apoiados por uma centena de viaturas, às quais se vão juntar cinco meios aéreos.

“Neste momento, não há casas em perigo, mas a localidade de Óbidos foi evacuada por precaução”, adiantou, lembrando ainda que o fogo está a lavrar com “bastante intensidade”, tendo sido mobilizados mais meios para o local.

Pelas 08:55, segundo a informação disponível no ‘site’ da ANEPC, estavam envolvidos no combate ao incêndio que também deflagrou em Mangualde 80 operacionais, apoiados por 17 veículos.

Seis distritos sob aviso máximo

Devido ao tempo quente estão esta segunda-feira, desde as 00h00, sob aviso vermelho (o mais grave numa escala de quatro) os distritos de Lisboa, Setúbal, Évora, Santarém, Castelo Branco e Portalegre, pelo menos até às 23h00, alerta o Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA).

Outros oito distritos de Portugal estão ainda sob aviso laranja. Em Bragança e Guarda, o aviso estará ativo até às 23h00 de quarta-feira; em Viseu, Vila Real, Leiria e Coimbra até ao final de terça-feira — passando depois para aviso amarelo — e em Braga e Beja apenas até ao final desta segunda-feira.

Aveiro, Porto e Viana do Castelo mantêm-se em aviso amarelo.

Desde o início do ano, as mais de 5.529 ocorrências de fogo já afetaram 19.106 hectares de espaços rurais.

ZAP // Lusa

3 Comments

  1. É simplesmente triste em Portugal os incêndios terem na sua maioria terem mão criminosa, tal como acontece em Espanha e Grécia. Isto nada tem a ver com a mudança climática, tem a ver com mão criminosa e vem de pessoas que não sabem o mal que estão a fazer às gerações futuras. Há países que por vezes tem picos de calor e clima seco (ex.: França, Alemanha) e não se vêem incêndios a deflagrar como em Portugal, Espanha ou a Grécia… vem tudo da mentalidade e civismo das pessoas…

  2. Pode estar uma temperatura de 40º ou mais e seca extrema . Se não houver uma mãozinha criminosa, doentia ou até “pirómana profissional” ao serviço de certos interesses , de certeza que menos se ouviria falar e assistir a tais destruições do património ambiental e vidas perdidas . Mas enfim , a cadeia de negócios ligadas aos incêndios ainda tem muitos Dias por a frente !

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