/

Variante Delta responsável por 100% das infeções em Lisboa e Vale do Tejo e Algarve

A variante Delta do vírus SARS-CoV-2 continua a ser a dominante em todas as regiões do país, sendo já responsável pela totalidade dos casos de infeções em Lisboa e Vale do Tejo e no Algarve.

Segundo o relatório do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) hoje divulgado, esta variante, associada à Índia e considerada mais transmissível, apresenta uma prevalência de 86,6% em Portugal, enquanto a Alpha, identificada inicialmente no Reino Unido, apenas era responsável por 10,2% das infeções na semana de 28 de junho a 4 de julho.

O INSA avança ainda que a variante Delta apresenta já uma prevalência de 100% nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo e Algarve, de 88,2 no Norte, de 81,8 no Centro, de 95% no Alentejo, de 62,5% nos Açores e de 79,2% na Madeira.

“Entre outras variantes de interesse em circulação em Portugal, destaca-se a variante/linhagem B.1.621, detetada inicialmente na Colômbia, a qual tem apresentado uma frequência relativa à volta de 1% nas últimas semanas”, refere o estudo sobre a diversidade genética do novo coronavírus em Portugal.

De acordo com o documento, esta “variante de interesse” apresenta várias mutações na proteína spike que são partilhadas com algumas “variantes de preocupação”.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica as variantes do vírus como de “preocupação” (VOC, na sigla em inglês) ou de “interesse” (VOI), tendo atribuído, no final de maio, a designação de letras do alfabeto grego para facilitar a compreensão.

Na categoria de VOC estão a Alpha, detetada inicialmente no Reino Unido em dezembro de 2020, a Beta, associada à África do Sul desde dezembro de 2020, a Gamma, identificada no Brasil em janeiro de 2021, e a Delta, originária da Índia e classificada como de preocupação em maio deste ano.

O relatório do INSA indica também que a frequência relativa das variantes Beta e Gamma, associadas inicialmente à África do Sul e ao Brasil, respetivamente, mantém-se baixa e sem tendência crescente, sendo inferior a 1% nas últimas amostragens a nível nacional.

Além disso, não foram detetados novos casos da variante Lambda, que apresenta circulação vincada em regiões do Peru e do Chile, avança o instituto.

No âmbito do estudo iniciado em abril de 2020 sobre diversidade genética do SARS-CoV-2, foram analisadas 11.386 sequências do genoma do novo coronavírus, obtidas de amostras colhidas em mais de 100 laboratórios, hospitais e instituições, representando 290 concelhos de Portugal.

Em junho, o instituto anunciou um reforço da vigilância das variantes do vírus que causa covid-19 em circulação em Portugal, através da sua monitorização em contínuo.

Esta nova estratégia permite uma melhor caracterização genética do SARS-CoV-2, uma vez que os dados serão analisados continuamente, deixando de existir intervalos de tempo entre análises, que eram dedicados, essencialmente, a estudos específicos de caracterização genética solicitados pela saúde pública.

Portugal é quarto país da UE com mais novos casos diários

Portugal passou na última semana de segundo para quarto país da União Europeia (UE) com mais novos casos diários de infeção por SARS-CoV-2 por milhão de habitantes, apesar de ter subido neste indicador.

Nos dados do site estatístico Our World in Data, Portugal tem uma média de 268 novos casos diários por milhão de habitantes, enquanto Chipre apresenta uma média de 1.012, Países Baixos de 386 e Espanha de 319.

Os países da UE com menos novos casos continuam mais a leste: Polónia com 2,1, Roménia com 2,2, Hungria (4,1) e Eslováquia (5,6).

Embora não esteja na União Europeia, o Reino Unido surge entre os países do continente europeu com os números mais elevados e uma média de novos casos a sete dias de 477 por milhão de habitantes.

Entre os países do resto do mundo com mais de um milhão de habitantes, Portugal subiu do 20.º para o 15.º lugar numa lista encabeçada por Chipre, Tunísia (661 novos casos), Mongólia (597,83), Namíbia (550,53), Reino Unido (477) e Cuba (474).

A média de novos casos nos últimos sete dias na União Europeia situa-se em 83, mais do dobro da média de 39 da semana passada e no mundo em 56,45, quando na semana passada era 49.

Quanto a média diária de mortes atribuídas à covid-19 por milhão de habitantes nos últimos sete dias, Portugal é o terceiro país da lista de países da União Europeia, com uma média de 0,66, superior às 0,39 registadas no início da semana passada.

Acima de Portugal estão Roménia, com uma média diária de novas mortes de 1,83, e Grécia, com uma média de 0,77.

No resto do mundo, Namíbia (20), Tunísia (12,23), Colômbia (10,86) e Paraguai (10,36) são os países com mais de um milhão de habitantes em pior situação.

Em termos de vacinação, em números atualizados no domingo no Our World in Data, Portugal tem 42 por cento da população completamente vacinada, um pouco acima da média de 39,6% da União Europeia.

ZAP // Lusa

Siga o ZAP no Whatsapp

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.