Administração do São João garante que avaria em máquina de radioterapia não prejudicou doentes

José Coelho / Lusa

A administração do Centro Hospitalar e Universitário de São João garantiu que a avaria numa máquina de radioterapia não prejudicou, em termos clínicos, os doentes que recebiam tratamentos naquele centro hospitalar.

Em conferência de imprensa no Hospital São João, o presidente do Conselho de Administração, Fernando Araújo, garantiu, citado pelo Público, que um novo equipamento já está em funcionamento desde o fim de fevereiro e, em conjunto com um segundo equipamento do mesmo tipo, tem permitido dar resposta a todos os doentes.

A nova máquina de radioterapia​, que custou certa de cinco milhões de euros, possibilita o tratamento de cerca de 120 doentes por dia, cerca de 28 mil por ano.

“Gostaria acima de tudo de tranquilizar os doentes e as famílias, por vezes em situações muito vulneráveis, de que os problemas do passado estão neste momento ultrapassados. O Hospital de São João garante com a máxima qualidade, com o esforço de uma equipa de radioterapia altamente competente, uma resposta em tempo útil a todos os doentes que necessitem”, referiu Fernando Araújo.

As avarias dos equipamentos de radioterapia levaram um paciente a apresentar queixa à Entidade Reguladora da Saúde (ERS). O paciente em questão teve de esperar mais de cinco meses e meio para começar um tratamento de radioterapia, prescrito a 24 de abril de 2018 e iniciado a 10 de putubro desse ano. De acordo com a lei, o tratamento em questão deve ter início 15 dias depois de terem sido prescrito.

Apesar do centro hospitalar possuir dois equipamentos de radioterapia, um deles, da marca Varian, tem “20 anos, já descontinuado pela empresa, mas ainda em funcionamento, tratando 60 doentes por dia e que será desativado com a entrada em funcionamento do novo aparelho”, garantia a administração numa resposta enviada à ERS em Dezembro de 2018.

O segundo, da marca Siemens, tem 14 anos e tem dado “muitos problemas”, com avarias diárias que afectam os tratamentos e o tempo de vida dos pacientes. As interrupções constantes levaram o hospital a deixar de usar este último aparelho, optando por enviar estes doentes para fora do hospital.

“É verdade que este segundo equipamento esteve avariado durante meses. Isso levou a que vários doentes tivessem de ser transferidos para outras instituições de forma a serem tratados em tempo útil, o que gerou desconforto nos doentes e nas famílias, algo que nos preocupa. No entanto, não conhecemos nenhum caso cuja vida tenha sido afetada por causa deste problema”, garantiu o presidente do Centro Hospitalar de São João.

Questionado sobre os efeitos que estas avarias possam ter tido na vida dos doentes com cancro, nomeadamente na diminuição do tempo de vida de alguns pacientes por não terem sido tratados em tempo útil, o também ex-secretário de Estado da Saúde afirmou que todos os problemas tinham sido complemente solucionados no final de fevereiro, deixando de ser necessária a transferência de doentes para outras unidades hospitalares.

ZAP //

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