Valentim Loureiro nega responsabilidades individuais no alegado esquema de facturas falsas e de uso indevido de fundos comunitários que levou à condenação da Câmara de Gondomar à devolução de 11 milhões de euros. “Não desviei um euro que seja”, garante o ex-presidente da autarquia.
O Jornal de Notícias adianta que a Câmara de Gondomar foi condenada a pagar o montante, num total que inclui os valores dos fundos comunitários, bem como juros de mora e custos do processo, considerando o tribunal que 70% do dinheiro oriundo da União Europeia não foi utilizado na construção da ETAR do rio Ferreira, como devia.
Em reacção a esta notícia, Valentim Loureiro, o presidente da autarquia à altura dos factos, garante que não teve “nada a ver com facturas”, em declarações ao jornal Correio da Manhã.
“Quem conferiu as facturas e deu as ordens de pagamento não fui eu pessoalmente, o que não implica que não tenha de assumir responsabilidade política por alguma irregularidade enquanto fui presidente da câmara”, salienta Valentim Loureiro no mesmo diário.
“Não houve desvio de um euro que seja“, acrescenta o ex-autarca.
Valentim Loureiro refere, de acordo com o Correio da Manhã, que foi utilizado “o sistema de factoring (créditos de curto prazo)”, constatando que “terá havido da parte de quem fez a obra [Somague] algum procedimento desatempado que levou os peritos a considerarem que tenha havido pagamentos irregulares”. “Mas a obra está feita e foi paga”, atira contudo.
O actual presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins, já recorreu da decisão do tribunal, que obriga ao pagamento dos tais 11 milhões de euros, e anunciou que vai pedir ao Ministério Público o apuramento de responsabilidades civis e criminais.
ZAP