Vale tudo pelo afeto? Putin ofereceu carro “proibido” a Kim Jong-un

Federação Russa / Wikimedia

Kim Jong-un e Vladimir Putin (2019)

Em mais uma demonstração da relação especial entre os dois líderes, Vladimir Putin ofereceu um automóvel fabricado na Rússia a Kim Jong-un, mas pode ter incorrido numa ilegalidade.

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, deu ao líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, um automóvel de fabrico russo, numa demonstração da relação próxima entre os líderes.

A notícia foi avançada esta terça-feira pela imprensa estatal norte-coreana.

A agência de notícias KCNA informou que a irmã de Kim e um outro dirigente norte-coreano aceitaram o presente e que Kim Yo-jong transmitiu a Putin os agradecimentos do irmão.

Kim Yo-jong acrescentou que o presente demonstra a relação pessoal especial entre os dois líderes.

Contudo, o presente poderá violar uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que proíbe o fornecimento de artigos de luxo à Coreia do Norte, aprovada em 2017 com o voto a favor da Rússia.

Relação cada vez mais viva

No final de janeiro, a Coreia do Norte afirmou que o Presidente russo expressou vontade de visitar o país num futuro próximo, em resposta a um convite de Kim Jong-un.

Vladimir Putin terá comunicado a intenção à ministra dos Negócios Estrangeiros norte-coreana, Choe Son-hui, durante uma visita da responsável à Rússia entre 15 e 17 de janeiro, indicou a KCNA.

A visita de Choe a Moscovo, que incluiu reuniões com o homólogo russo, Sergey Lavrov, e com o vice-primeiro-ministro, Alexander Novak, ocorreu “numa altura em que as relações de amizade e cooperação entre os dois países entraram definitivamente no curso de um novo desenvolvimento integral”, afirmou ainda a agência estatal.

Um grupo de turistas russos chegou no início de fevereiro à Coreia do Norte para uma viagem de quatro dias, o primeiro grupo estrangeiro a visitar o país desde o encerramento das fronteiras devido à pandemia de covid-19.

No final de janeiro, o regime norte-coreano elogiou a “importante missão” da Rússia de servir para manter a “estabilidade estratégica” a nível global. Por sua vez, Moscovo mostrou “profundo apreço” pelo apoio “total e solidário” da Coreia do Norte à operação militar especial na Ucrânia, eufemismo de Moscovo para se referir à invasão russa do país vizinho, que começou em fevereiro de 2022.

A visita de Choe aconteceu depois de terem sido divulgadas novas provas de que a Coreia do Norte e a Rússia concordaram em cooperar militarmente durante uma cimeira de setembro entre Kim e Putin.

A Casa Branca acusou a Rússia de ter disparado recentemente mísseis balísticos de fabrico norte-coreanos contra a Ucrânia, somando-se aos já utilizados nos ataques de 30 de dezembro e 02 de janeiro. Mas Pyongyang e Moscovo negam a transferência de armamento.

Especialistas disseram acreditar que o regime norte-coreano recebeu assistência técnica russa no lançamento do primeiro satélite de reconhecimento militar em novembro passado.

A Coreia do Sul estima que o número de contentores – com mísseis balísticos, lançadores e centenas de milhares de munições de artilharia – transferidos desde o verão pela Coreia do Norte para a Rússia ultrapassa já os cinco mil.

ZAP // Lusa

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