Uma equipa de investigação localizou uma vala comum no cemitério de El Medroño, próximo de Sevilha, com os restos mortais de pelo menos 29 pessoas que foram fuziladas durante a repressão do regime liderado pelo generalíssimo Francisco Franco.
Os investigadores acreditam que deverão ser encontrados mais restos mortais nesta vala, onde calcula que haja 60 pessoas, devido à sobreposição dos corpos, disse à agência noticiosa Efe, Rafael López, presidente da Asociación de Memoria Histórica y Justicia de Andalucía, que promoveu as escavações juntamente com o municipio de El Medroño.
Muitos dos restos mortais encontram-se em mau estado de conservação, especialmente os que estão debaixo de pedregulhos que foram utilizados em alguns destes enterramentos.
Os ossos encontrados nesta fossa, de dois metros de largura e onze de comprimento, estão dispostos de forma anómala, nomeadmente com os braços separados, colocados de boca para baixo ou com as pernas cruzadas, pelo que se verifica que foram literalmente despejados na vala, sublinhou Rafael López.
Os trabalhos de investigação, dirigidos pela arqueóloga Elena Vera e pelo antropólogo forense Juan Manuel Guijo, também revelaram pelo menos até quatro níveis de enterramento por sobreposição.
Junto dos corpos encontram-se diversos objetos pessoais, como carteiras, cintos, isqueiros, botas e botões-de-punho.
A vala comum encontra-se junto a um dos muros do cemitério, no qual são visíveis os impactos das balas das execuções, segundo disseram os moradores desta localidade serrana aos investigadores.
Os trabalhos iniciaram-se na passada segunda-feira e devem estar concluídos na próxima semana.
/Lusa