A leiloeira londrina Christie’s anunciou esta quarta-feira que vai leiloar o primeiro mapa da história no qual a palavra ‘América’ surge pela primeira vez. O preço base estabelecido rondará os 680 mil e um milhão de euros.
O primeiro mapa da história, chamado de “certificado de nascimento da América”, é de 1507. Com 510 anos, é uma cópia até então totalmente desconhecida do cartógrafo alemão Martin Waldseemüller.
Além de nomear a América, este mapa é a primeira versão impressa na qual a Terra está representada como um globo e que ilustra a América do Sul e a América do Norte como continentes distintos.
Trata-se assim de uma das cinco cópias de um exemplar no qual Waldseemüller descreveu com exatidão o mundo em 360 graus, incluído o Oceano Pacífico, ainda desconhecido.
“A descoberta desta cópia marca o momento mais excitante dos meus 20 anos de carreira na Christie’s. Esta inovação teve uma enorme influência na cartografia e definiu a história ao nomear a América”, afirmou o especialista da casa de leilões Julian Wilson.
Na mesma época, o cartógrafo alemão produziu outro mapa no qual nomeia a América também. Desse mapa, só existe uma única cópia, comprada pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, em 2003, por mais de 8 milhões de euros.
Antes desta descoberta, existiam mais quatro mapas ocidentais que já representavam a América. No entanto, estão preservados em museus e coleções particulares, sendo que este mapa era o único totalmente desconhecido. Um dos manuscritos de Juan de La Costa encontra-se conservado no Museu Naval de Madrid.
Wilson sustenta que o mapa é “incrivelmente preciso“. Martin Waldseemüller é um dos cartógrafos que vivia em Saint-Die, em França, que descobriram alguns dos feitos de exploradores portugueses e espanhóis, tendo tido na altura acesso a informações atualizadas e detalhadas.
O mapa tem algumas peculiaridades, como “um Sri Lanka muito grande e uma Índia muito pequena”. O Japão é colocado no meio do oceano Pacífico e a Austrália não existe. Mas “as principais características geopolíticas do globo que nós reconheceríamos hoje são pela primeira vez visíveis neste documento”, disse Wilson.
O mapa está a ser vendido pela família do restaurador britânico Arthur Drescher, que morreu em 1986. A família levou o mapa, que só agora foi encontrado, à casa de leilões para ser avaliado.
A data prevista para o leilão do mapa do “certificado de nascimento da América” é no dia 13 de Dezembro, em Londres.
ZAP // New York Post / EFE