Deverá sair para o Espaço, esta sexta-feira, aquela que está a ser tida como a missão espacial mais perigosa de sempre. Quais os riscos que os astronautas enfrentam?
A SpaceX está prestes a realizar o primeiro passeio espacial civil da história com a missão Polaris Dawn.
O lançamento está previsto para 30 de agosto, esta sexta-feira.
Um dos quatro astronautas da tripulação, Jared Isaacman, já esteve no espaço. Os outros três membros, embora tenham uma vasta experiência em operações espaciais, nunca foram fizeram uma viagem espacial.
Como refere a New Scientist, esta é a primeira vez que astronautas vão ao Espaço sem nunca terem sido treinados por agências governamentais.
“Apesar de não serem astronautas do governo, não são turistas espaciais – são profissionais. Não creio que se pudessem ter arranjado quatro astronautas não governamentais melhores para esta missão”, afirma Laura Forczyk, consultora independente da indústria espacial, citada pela mesma revista.
Ainda assim, esse é tido como uns dos pontos que fazem desta missão é das mais arriscadas já realizadas por civis… mas não só.
“Missão mais arriscada de sempre”?
Sem câmara de ar
Um dos principais riscos desta missão é a falta de uma câmara de ar na cápsula Crew Dragon, que transportará os quatro tripulantes para a órbita.
Nas missões espaciais comuns, como as realizadas na Estação Espacial Internacional, os astronautas entram numa sala selada onde o ar é aspirado antes de saírem para o espaço, mantendo o restante da estação pressurizada.
No caso da Polaris Dawn, a nave será completamente despressurizada ao terceiro dia de missão, durante cerca de duas horas exigindo que todos os tripulantes usem fatos EVA (já lá vamos) especializados.
mas é significativamente mais arriscado do que uma EVA em que os astronautas têm uma câmara de vácuo relativamente segura para onde se podem retirar em caso de problemas.
Este procedimento não é inédito, mas é significativamente mais arriscado do que a utilização de uma câmara de ar, que os astronautas podem tirar em caso de problemas.
Aqui, a sobrevivência depende exclusivamente dos fatos espaciais.
Os tais fatos inéditos
Embora tenham passado por testes rigorosos em câmaras de vácuo, os fatos EVA (Atividades Extra Veiculares) apresentam riscos inerentes por serem uma tecnologia não testada no espaço real.
Além disto, os fatos EVA vão permitir trabalhar tanto dentro como fora das cápsulas, conforme o necessário, devido a todos os avanços no fabrico de materiais, conceção de articulações, salvaguardas de redundância reforçadas, bem como a integração de um visor de capacete com ecrã de alerta (HUD).
A SpaceX explicou, recentemente, que as atualizações nos seus fatos EVA são adaptativas em termos de design, o que permitirá a personalização para acomodar diferentes tipos de corpo.
Ares nunca antes voados
Além disso dos pontos supracitados, a missão levará os tripulantes mais longe da Terra do que qualquer ser humano já esteve desde o fim do programa Apollo em 1972.
Os tripulantes ficarão, assim, expostos a níveis elevados de radiação e ao perigo de micrometeoritos.
Confiança nas competências da SpaceX
Apesar dos riscos, a preparação meticulosa da SpaceX e a competência dos tripulantes tornam a missão mais segura.
Como refere a New Scientist, a tripulação da Polaris Dawn deverá passar até cinco dias em órbita.
Esta missão servirá como um teste crucial para a Crew Dragon e para os novos fatos EVA, além de incluir cerca de 40 experiências científicas.
Aprendendo sempre algo novo, todos os dias. Vítor José