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“Vacina universal contra o cancro” teve primeiros testes bem sucedidos em humanos

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Rita Elena Serda, NIH / Flickr

Célula cancerígena (a branco) a ser atacada por dois linfócitos T citotóxicos (a vermelho) num processo natural de resposta imune

Célula cancerígena (a branco) a ser atacada por dois linfócitos T citotóxicos (a vermelho) num processo natural de resposta imune

A vacina universal para o tratamento do cancro pode estar um pouco mais próxima da realidade, depois de um grupo de investigadores alemães ter conseguido realizar testes bem sucedidos em três pacientes humanos.

O novo método de tratamento, apelidado de imunoterapia, é um tipo de tratamento de cancro que usa o próprio sistema imunitário do doente para combater as células cancerígenas.

Segundo o Futurism, o processo consiste na aplicação de uma vacina com material genético (RNA) das células cancerígenas do paciente no seu próprio sistema imunológico – o que ajuda o corpo a diferenciar as células más, facilitando o combate do próprio corpo à doença.

A identificação das células prejudiciais é um dos principais desafios no tratamento do cancro porque, em várias situações, o organismo não é capaz de diferenciá-las por serem semelhantes à células normais.

No entanto, depois de os cientistas aplicarem o RNA das células cancerígenas, a produção de anticorpos é estimulada porque passam a ser reconhecidas como células de uma espécie diferente.

O método é considerado universal, já que qualquer paciente poderia usar o material genético das suas próprias células cancerígenas para o seu tratamento, independentemente do tipo de cancro.

A experiência foi desenvolvida por cientistas da Universidade Johannes Gutenberg de Mainz, na Alemanha e os resultados foram publicados na Nature.

Nos testes realizados, três pacientes diagnosticados com melanoma e tratados com a imunoterapia só apresentaram sintomas leves de “gripe” como efeitos colaterais, mas nada que se compare às complicações dos tratamentos como a quimioterapia.

Além disso, segundo o The Independent, um dos pacientes já apresentou uma redução num dos tumores, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido antes que o novo tratamento possa ser aplicado oficialmente.

Apesar de os testes preliminares terem sido bem sucedidos, o método ainda precisa de ser testado por órgãos reguladores da saúde, como a Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos – que pode demorar 8 anos a aprovar um novo tipo de medicação ou tratamento.

Mas estes resultados abrem caminho ao que muitos consideram o (impossível) Santo Graal da medicina – uma vacina universal contra o cancro.

ZAP / Ciberia

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