O Sporting sofreu a bom sofrer na sua deslocação à República Checa para conseguir apurar-se para os quartos-de-final da Liga Europa.
A formação de Alvalade venceu a primeira mão frente ao Viktoria Plzen por 2-0, em casa e, se parecia que o “leão” tinha a eliminatória na mão, um golo madrugador dos checos relançou a contenda.
O 2-0 para a equipa da casa chegou mesmo, no segundo tempo, e o jogo foi a prolongamento – não sem antes Bas Dost falhar uma grande penalidade -, e foi preciso um tento de Rodrigo Battaglia nos 30 minutos extra para fixar o 2-1 final e decidir o destino das equipas.
Para a história ficam seis ocasiões flagrantes falhadas pelo Sporting.
O Jogo explicado em Números
- Mau arranque do Sporting na partida. Apesar de mostrar vontade em dominar o jogo e ditar o ritmo do mesmo, a verdade é que aos seis minutos o Viktoria Plzen chegou ao golo, por Marek Bakos, de cabeça, após cruzamento de Jan Kovarik da esquerda.
- O “leão” continuou a dominar, com 56% de posse nos primeiros dez minutos, mas notou-se que sentiu o golo contrário, ao ponto de mostrar intranquilidade no passe (apenas 69% de eficácia nas entregas).
- Por volta dos 20 minutos, os 65% de posse do Sporting dizia muito do cariz do jogo, mas era um domínio ser objectividade, pois nesta altura apenas se registava um remate na partida, o tal que deu golo ao Plzen. O “leão” sentia muitas dificuldades para se quer se aproximar da área contrária.
- Primeiro disparo do Sporting apenas aos 28 minutos, por intermédio de Fábio Coentrão, mas sem a melhor direcção. Nesta altura, o melhor da formação portuguesa era Rodrigo Battaglia, neste jogo a lateral-direito, com um rating de 5.4 – ganhara os sete duelos que disputara até ao momento.
- Aos 39 minutos, perdida incrível de Bryan Ruiz. O costa-riquenho, sem marcação no coração da pequena área, e apenas com o guardião Ales Hruska pela frente, atirou incrivelmente ao lado.
- Ao intervalo, jogo muito cinzento por parte do Sporting, que quis desde cedo impor o seu ritmo de jogo, mas viu-se em desvantagem logo aos seis minutos. A partir daí, pouco futebol se viu, com excepção para uma ocasião flagrante desperdiçada por Bryan Ruiz, perto do descanso.
- O resultado ao intervalo ajustava-se pela competência ofensiva do Plzen que, apesar de registar somente 45% de posse de bola, somava dois remates, ambos enquadrados.
- O “leão” também rematara duas vezes, mas sem boa direcção. Nesta altura o melhor em campo era Milan Havel, lateral-direito dos checos que registava um GoalPoint Rating de 6.3 – fruto de dois dribles eficazes em três e de três desarmes e sete duelos ganhos em oito.
- O melhor do Sporting era Bas Dost, com rating de 5.5, devido à ocasião flagrante que criou e Ruiz desperdiçou.
- Reinício com mais uma grande perdida do Sporting, neste caso um dois em um. Bruno Fernandes rematou para defesa incompleta de Ales Hruska, Marcos Acuña atirou ao poste e, na recarga, atirou por cima, com o guardião contrário fora do lance…
- No arranque do segundo tempo, apesar da ocasião inicial dos “leões”, os papéis inverteram-se um pouco. Nos primeiros 15 minutos após o descanso, o Plzen teve mais bola (53%), mas o Sporting rematou mais (cinco vezes, uma enquadrada), e aparentava estar mais perto do empate do que do segundo tento dos checos.
- Porém, foi mesmo o Plzen a marcar, aos 64 minutos. Novamente Bakos a marcar, num remate de primeira, rasteiro, na grande área, após cruzamento de Havel – sim, aquele que foi o melhor na primeira parte).
- Muitas dificuldades para o Sporting, incapaz de manter a bola em seu poder (posse repartida aos 70 minutos) e com a eliminatória empatada. Os homens da casa registavam oito remates em toda a partida e quatro enquadrados, enquanto os comandados de Jorge Jesus tinham sete, mas apenas um com boa direcção.
- Já perto do fim, pelos 80 minutos, o “leão” apertou no ataque, chegando aos 54% de posse no segundo tempo, sete remates nesta fase e dois enquadrados, mas o acerto defensivo do Plzen continuava a fazer valer as suas regras.
- O “balde de água fria” esteve prestes a cair sobre os adeptos checos. Aos 91 minutos, o árbitro assinalou falta de Reznik sobre Bas Dost na grande área e este, na marcação da grande penalidade, permitiu a defesa de Ales Hruska. Na recarga, sem ninguém na baliza, Bruno Fernandes atirou por cima… Incrível.
- O jogo foi a prolongamento e, aos 98 minutos, Bryan Ruiz acorrer a um fantástico cruzamento de Bruno Fernandes e cabeceou sem oposição para grande intervenção de Hruska. Foi a segunda ocasião flagrante falhada pelo costa-riquenho.
- Notava-se que o Plzen já não tinha a mesma frescura física, mas sobretudo mental, para travar o Sporting e, em cima do apito para o intervalo do prolongamento, o Sporting marcou mesmo. Rodrigo Battaglia surgiu de rompante a cabecear, após assistência de Bruno Fernandes, e colocou o “leão” com pé e meio nos quartos-de-final.
- Ainda faltavam 15 minutos, mas o Plzen não mais mostrou energia e crença para marcar dois golos e afastar a formação lusa.
O Homem do Jogo
O Sporting afastou o Plzen, rumo aos quartos-de-final, mas precisou de se entregar a uma luta intensa em busca o resultado que mais lhe interessava. Uma “batalha” que teve como personagem principal um argentino, Rodrigo Battaglia.
O jogador começou a lateral-direito, mas foi quando passou para o meio-campo que melhorou significativamente o seu jogo. Ao ponto de marcar o golo que apurou o “leão”, já no prolongamento.
Battaglia terminou com um GoalPoint Rating de 8.1, fruto do golo, mas também de 105 acções com bola (segundo registo mais alto), 23 duelos ganhos em 26, seis deles aéreos (a totalidade), oito desarmes e cinco alívios. E ainda conseguiu dois fundamentais desarmes na grande área.
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Jogadores em foco
- Milan Havel 7.9 – O lateral-direito do Plzen foi um pesadelo para o “leão”. Havel foi o melhor da primeira parte e prosseguiu a sua bela partida até final, registando três remates (dois enquadrados), uma assistência, três dribles certos em cinco tentativas, cinco duelos aéreos ganhos em seis e 18 acções defensivas, entre elas oito desarmes. Falhou ainda uma ocasião flagrante, o que lhe penalizou o rating.
- Marek Bakos 7.4 – O avançado poderia ter sido a “besta negra” do Sporting, caso o desfecho da eliminatória tivesse sido diferente. O jogador marcou os dois golos da sua equipa, nos únicos remates que realizou, e ganhou oito de 13 duelos aéreos.
- Rui Patrício 6.4 – O guarda-redes leonino teve bastante trabalho, pois o Plzen nunca deixou de atacar. Patrício terminou com cinco defesas, três delas a remates dentro da sua grande área.
- Mathieu 6.2 – Excelente jogo do central francês. Mathieu não teve quase interveniência no jogo ofensivo do “leão”, mas ganhou quatro de seis duelos aéreos e realizou 16 acções defensivas, 11 delas alívios.
- Marcos Acuña 3.8 – Jogo para esquecer do argentino. Rematou duas vezes (desenquadradas), fez um passe para finalização, mas desperdiçou duas ocasiões flagrantes na mesma jogada e teve sucesso em somente 11 passes dos 15 que tentou.
Resumo
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