US Open: Carlos Alcaraz, o mais jovem número um mundial

Ray Acevedo / EPA

Carlos Alcaraz

O espanhol Carlos Alcaraz tornou-se hoje no mais jovem número um do mundo da história do ténis, ao sagrar-se campeão do Open dos Estados Unidos, em Nova Iorque, após bater na final o norueguês Casper Ruud.

Num Arthur Ashe Stadium repleto de emoção, o tenista de Múrcia e o vice-campeão de Roland Garros proporcionaram um bom encontro de ténis, que em várias ocasiões fez vibrar e levantar o público nas bancadas, disputado em quatro ‘sets’ e conquistado por Alcaraz, com os parciais de 6-4, 2-6, 7-6 (7-1) e 6-3, ao fim de mais de três horas.

A jogar a sua primeira final de um torneio do Grand Slam, o jovem, de 19 anos, começou melhor a demanda, dominando o adversário, de 23 anos, e com apenas um ‘break’ no terceiro jogo (2-1), colocou-se em vantagem e venceu o ‘set’ inaugural.

Na segunda partida, Carlos Acaraz mostrou-se mais errático e, embora tivesse procurado mais os pontos e atacado mais, o adversário foi mais consistente, falhou menos e, ao concretizar duas quebras de serviço no sexto (4-2) e no oitavo jogo (6-2), igualou o marcador.

Apesar do ascendente sobre o espanhol, Ruud deixou-se quebrar de entrada no terceiro ‘set’ e, embora tenha devolvido o ‘break’ no quarto jogo (2-2), não conseguiu aproveitar nenhum dos dois ‘sets points’ de que dispôs.

Alcaraz, depois de anular a desvantagem, dominou o ‘tie-break’ e converteu o primeiro dos seus cinco ‘set points’ para ficar dois ‘sets’ a um, numa final em que mostrou algum cansaço e níveis físicos abaixo dos habituais.

Obrigado a vencer a quarta partida para não perder o encontro, Casper Ruud, número sete do mundo, não foi capaz de contrariar o último esforço e ‘boost’ de energia de Alcaraz e, depois de sofrer o ‘break’ no sexto jogo (2-4), viu o adversário conquistar o troféu do quarto e último ‘major’ da temporada ao segundo ‘match point’ de que dispôs.

Com 55 ‘winners’, 14 dos quais ases, e 41 erros não forçados, contra os 37 pontos vencedores do escandinavo e 29 erros diretos, o espanhol superou o feito de Lleytton Hewtti, quando assumiu a liderança do ‘ranking’ ATP com 20 anos e nove meses em 2001.

Nascido a 5 de maio de 2003, Carlos Alcaraz tornou-se no mais novo campeão do Grand Slam desde o compatriota Rafael Nadal, em Roland Garros em 2005, e no mais jovem vencedor do Open dos Estados Unidos desde o norte-americano Pete Sampras, em 1990.

O Open dos Estados Unidos é quinto título da época do espanhol, depois dos triunfos nos Masters 1.000 de Miami e Madrid e nos ATP 500 de Barcelona e Rio de Janeiro.

O tenista, após cada jogo, principalmente se forem tão duros como no caso de Jannik Sinner, que durou mais de 5 horas, toma banhos de gelo no vestiário do Arthur Ashe, para acelerar a recuperação muscular, avança a Marca.

Alcaraz nunca teve problemas com a alimentação, mas gosta de se ficar pela comida japonesa antes dos jogos. “Nunca fui um mau comedor. O que melhorei foram os suplementos, estando mais consciente de como é importante comer bem. Tem sido uma das chaves para a minha mudança física”. Antes do jogo, o tenista foi a um restaurante japonês em Manhattan, para cumprir tradição.

Tal como Nadal, Alcaraz é um grande fã de futebol e do Real Madrid. Tendo coincidido com a última edição do Mutua Madrid Open, teve a oportunidade de estar duas vezes no Estádio Santiago Bernabéu e celebrar o último título do campeonato.

A seguir ao ténis, vem o golfe. Alcaraz também gosta de jogar, assim como Nadal, que usa muito do seu tempo livre para dar umas tacadas.

O tenista gosta de trabalhar a agilidade mental através do xadrez. Muitas vezes joga antes dos campeonatos. “Ajuda-me a ser mentalmente mais rápido, a observar movimentos, a ver o movimento que quero fazer, a estratégia…. Estar sempre concentrado. No xadrez, como no ténis, se se perder a concentração por um momento, o jogo vira do avesso. São bastante semelhantes”, conclui Alcaraz.

Alice Carqueja, ZAP //

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