Seis urgências de obstetrícia em risco de fechar fizeram 7,8% do total de partos em 2021

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Rodrigo Antunes / Lusa

O ministro da Saúde, Manuel Pizarro

No total, as seis urgências afetadas realizaram 6207 partos no ano passado, o que corresponde a 7,8% do total de 78 890 feitos em todo o país. O seu encerramento foi proposto pela comissão de acompanhamento.

A comissão de acompanhamento nomeada pelo Governo recomendou o fecho de seis urgências de ginecologia e obstetrícia para que os recursos possam ser mais concentrados noutras regiões do país e tendo em conta a sua proximidade. Em causa estão os hospitais de Famalicão, Póvoa de Varzim, Guarda, Castelo Branco, Vila Franca de Xira e Barreiro.

No entanto, esta decisão não implica o fecho de maternidades. Os hospitais em causa deixariam de ter urgências e blocos de partos, mas o acompanhamento ao longo da gravidez, como a realização de consultas, ecografias e de cirurgias, continuaria a ser feito nestas unidades, relata o Público.

À exceção de Vila Franca de Xira, todas as urgências em causa fizeram menos de 1500 partos no ano passado, segundo os dados do Portal da Transparência do Serviço Nacional de Saúde. E todas estas também estão a menos de 40 minutos de distância de carro de outras alternativas.

No total, fizeram em conjunto 6207 partos, o que corresponde a 7,8% do total de partos no país (78 890). Famalicão fez 979 partos, Castelo Branco fez 317, Guarda 474, Barreiro 1403, Póvoa de Varzim 1470 e Vila Franca de Xira 1564.

Algumas destas urgências já fecham de forma intermitente devido à falta de médicos, como as da Guarda, Barreiro e Vila Franca de Xira. A proposta da comissão é concentrar os recursos em menos urgências de forma a que não haja tantas falhas e encerramentos por falta de clínicos, uma crise que se agravou durante o Verão e que até levou à demissão de Marta Temido do Ministério da Saúde, após uma grávida ter perdido a vida enquanto estava a ser transferida.

Em entrevista à RTP3, o novo Ministro adiantou que nenhum destes possíveis encerramentos vai avançar até ao final do ano e revelou que a decisão sobre o fecho das urgências será feito pela recém-criada direção-executiva do Serviço Nacional de Saúde. Qualquer que seja o desfecho, Manuel Pizarro afirma que serão ouvidos os municípios e hospitais afetados.

A resposta do Ministro não agradou aos autarcas, com alguns a marcar reuniões de urgência com Pizarro e a ameaçar organizar uma marcha de protesto em Lisboa.

ZAP //

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