Urgências em Lisboa estão cheias. Situação pode piorar nas próximas semanas

Mário Cruz / Lusa

As urgências do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, estão em situação crítica, com tempos de espera elevados.

A situação de calamidade multiplica-se em vários hospitais do país, de Braga a Lisboa e do Porto a Setúbal. Precisamente na capital portuguesa, a situação é crítica. Ontem de manhã, no Hospital Santa Maria, 80% dos doentes estavam triados com pulseira amarela ou laranja.

O jornal i escreve que a afluência elevada às urgências na região de Lisboa e com um padrão de doentes diferente do que era habitual antes da pandemia está a preocupar os hospitais.

Nos dois últimos dias, doentes do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, foram desviados para o Hospital de Santa Maria. No Beatriz Ângelo, o tempo de espera de doentes graves chegou a ser de oito horas na sexta-feira.

Esta segunda-feira, por sua vez, os doentes urgentes do Hospital de Santa Maria estavam com tempos de espera de mais de duas horas. Estes doentes deviam ser vistos, no máximo, em 60 minutos.

Ao jornal i, o Centro Hospitalar de Lisboa Norte confirmou que tem estado a receber doentes de outras áreas da residência e com um perfil “mais complexo”. Isto explica, em grande parte, os maiores tempos de espera dos doentes nas urgências.

Antes, as urgências enchiam com doentes sem gravidade ou “falsas urgências” — pessoas que poderiam ter sido atendidas fora do serviço de urgências.

Os hospitais temem “uma enorme sobrecarga” nos próximos meses, principalmente devido ao elevado número de pacientes não urgentes que têm acorrido às urgências.

Em setembro, os doentes não urgentes (pulseira azul) e pouco urgentes (pulseira verde) representaram 41% do total de urgências de todo o país. Em causa estão 183 mil episódios (6.100 por dia) que deveriam ter tido resposta nos cuidados primários.

Em Lisboa, os médicos notam uma maior afluência de pacientes com doença crónica não controlada, de quadros de diabetes descompensada a problemas cardíacos e oncológicos não diagnosticados.

Os hospitais receiam agora um aumento da pressão ao longo das próximas semanas.

ZAP //

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