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Universidade de Aveiro exporta pastéis de nata

Ciência Hoje

Os investigadores Elisabete Coelho, Rita Bastos e Manuel Coimbra

Os investigadores Elisabete Coelho, Rita Bastos e Manuel Coimbra

O Departamento de Química da Universidade de Aveiro envia pastéis de nata para qualquer ponto do mundo – como se tivessem sido acabados de fazer.

Era uma das receitas de Álvaro Santos Pereira, antigo ministro da Economia, para o combate ao défice e dívida externos: exportar o pastel de nata. Mas, sujeitos a ultracongelação e reaquecimento em micro-ondas, os pastéis de nata adquirem uma textura diferente da dos acabados de sair do forno e a massa folhada deixa de ser crocante.

O mercado já tem disponíveis pastéis de nata ultracongelados. No entanto, estes são vendidos como produto cru ou semi-cru, necessitando ainda de confecção demorada em forno convencional e a temperaturas elevadas.

O problema foi agora resolvido pelo Departamento de Química (DQ) da Universidade de Aveiro, que desenvolveu um pastel de nata que pode ser ultracongelado depois de pronto e ser consumido em qualquer ponto do mundo, como se tivesse sido acabado de fazer, após um minuto no micro-ondas.

Mais, os investigadores da UA desenvolveram-no com menos calorias do que o pastel de nata tradicional.

“Os pastéis de nata confeccionados que existem actualmente no mercado, se sujeitos a ultracongelação e reaquecimento em forno de micro-ondas, adquirem uma textura diferente da do pastel de nata tradicional e com uma massa folhada não crocante”, aponta Manuel António Coimbra, investigador do DQ.

O coordenador da equipa – composta por Rita Bastos e Elisabete Coelho – desvenda que este foi desenvolvido com base na incorporação de um ingrediente alimentar à base de polissacarídeos, que foi adicionado à massa folhada e ao creme de nata.

“Este ingrediente permitiu obter um produto que pode ser congelado e reaquecido em forno de micro-ondas, preservando as características do pastel de nata tradicional”, diz Manuel António Coimbra.

Nutricionalmente, adianta o investigador, “a adição dos polissacarídeos na formulação levou a um aumento do teor de fibra dietética e a uma diminuição do teor de gordura, obtendo-se um pastel de nata com apenas 184 calorias, menos do que as do tradicional”.

Sandy & Alan / Flickr

Que tal um pastel de natas fresquinho no Bangla Desh?

Que tal um pastel de natas fresquinho no Bangla Desh?

 Parceria com a Mealfood

O pastel de nata prepara-se para ser vendido como produto ultracongelado e totalmente confeccionado, bastando um minuto de aquecimento num forno de micro-ondas para ser saboreado.

“Com este novo produto, o consumidor pode desfrutar de todo o sabor e qualidade de um pastel de nata tradicional, a qualquer hora do dia no conforto da sua casa”, garante Manuel António Coimbra.

Mais, com a nova receita, “será possível exportar e alargar mercados para este produto tipicamente português com preservação das suas características sui generis”.

A receita, sublinha Manuel António Coimbra, foi desenvolvida por solicitação da Mealfood “em que o saber fazer do mestre pasteleiro Francisco Santos daquela empresa se associou à ciência da Universidade”.

Após seis meses de trabalho, o pastel de nata já se encontra com pedido de patente efectuado e os consumidores poderão encontrá-los brevemente no mercado.

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