Nos Emirados Árabes Unidos está em curso uma campanha de cancelamento em massa de influenciadores com “estilos de vida superficiais”. Utilizadores das redes sociais afirmam que o chamado ‘Gang do Dubai’ promove uma vida excessiva e distrai do genocídio em Gaza.
Recentemente, o influencer Shero Amara partilhou com os seus 1,9 milhões de seguidores no Snapchat imagens da sua estadia num hotel de luxo no Dubai.
“Aqueles que nos odeiam têm inveja. Estamos a viver a melhor vida, por dentro e por fora”, escreveu Shero.
O influencer estava longe de imaginar que o seu curto post, de poucos segundos, ajudaria a desencadear uma campanha generalizada de boicote aos influenciadores sediados nos Emirados Árabes Unidos.
Pouco depois do vídeo de Shero, surgiu nas redes sociais a campanha #UnfollowTheDubaiGang, sob o lema de “salvar as futuras gerações”, conta o Middle East Eye.
Os promotores da campanha têm objetivo pôr fim a uma “era de banalidade” promovida por influenciadores com um estilo de vida abastado, através de um esforço massivo de cancelamento, enquanto redirecionam os holofotes para a situação dos palestinianos e a guerra genocida de Israel na Faixa de Gaza.
O termo “Gang do Dubai” é usado pelos utilizadores das redes sociais para se referir a figuras que ganharam proeminência online com publicações que a mostrar roupas de marca, voos em primeira classe e estadias em hotéis luxuosos, e fotografias de refeições em restaurantes famosos e sofisticados.
Entre as personalidades árabes bem conhecidas nas redes sociais que estão a ser boicotadas estão as irmãs Narin e Sherin Amara, que têm um total combinado de 28 milhões de seguidores no Instagram, o casal Sara al Rawi e Ghaith Marwan com um total combinado de 17 milhões de seguidores, e a influenciadora de estilo de vida Noor Stars, com 17 milhões de seguidores, entre outros.
Embora a documentação das suas vidas quotidianas tenha cativado milhões de espetadores, os ativistas por trás da campanha dizem que estas contas promovem conteúdo trivial, superficial e incompatível com os costumes e tradições locais.
Argumentam também que os influenciadores prejudicam os espetadores através de uma visão distorcida da realidade. “Estas são as pessoas que te fazem viver numa bolha, sentir-te miserável e roubam-te a beleza da vida”, disse uma utilizadora no TikTok.
“Eles fazem-te sentir que não vais conseguir ter sucesso na vida, que são bem-sucedidos e alcançaram os seus sonhos, enquanto apoias o seu conteúdo, as suas vidas, os seus negócios, as suas viagens… e quanto a ti, ninguém se preocupa contigo, vivo ou morto”, continuou a utilizadora num vídeo — durante o qual cancelava influenciadores famosos.
Em resposta à campanha, Sherin Amara publicou no seu Snapchat um vídeo, que desde então foi partilhado no TikTok, para esclarecer que estava “grata a Deus e aos seus seguidores” pelas bênçãos que tem. Não abordou as críticas nem comentou os objetivos do apelo ao boicote.
“Não se deixem enganar pelas suas justificações”, comentou um utilizador. “Não parem a campanha… pelas crianças de Gaza“.
Embora alguns utilizadores tenham defendido os influenciadores, muitos argumentam que, apesar de publicações ocasionais sobre os palestinianos ou Gaza, o seu conteúdo distrai de questões sociais e humanitárias importantes.
“Enquanto as pessoas em Gaza não conseguem encontrar um pedaço de pão, e as mães choram pelos seus filhos desaparecidos… as pessoas acreditam que uma vida de marca e luxuosa é mais importante do que a voz da verdade”, diz um utilizador.
Vá lá, já não sou só eu que acho esta gente é uma corja de inúteis, vaidosos e parasitas.
Váa lá, parece que já não sou só eu que acho esta corja um mundo de inúteis, parasitas e narcisistas.
Influencers?!? Mas quem é que precisa de mais uma cambada de inúteis a dizer parvoíces? Já temos os políticos que desempenham bem esse papel há muitos anos.