China anuncia máquina que pode extrair água, oxigénio e combustível da Lua

CNSA / Xinhua / Alamy

Uma foto da superfície lunar tirada pelo módulo de aterragem chinês Chang’e 5, que recolheu amostras em 2020

Utilizando amostras recolhidas pela missão chinesa Chang’e 5, um grupo de investigadores descobriu uma nova forma de libertar água do solo lunar e de transformar em oxigénio o dióxido de carbono expirado pelos astronautas.

Cientistas chineses anunciaram um dispositivo “simples” alimentado por energia solar, que pode produzir água, oxigénio e combustível através do solo lunar.

O dispositivo – alimentado por energia solar – foi apresentado num estudo publicado esta quarta-feira na revista Joule.

Há muito que se sabe que existe uma grande quantidade de água nos minerais da Lua. Mas as propostas para extrair recursos do solo lunar, conhecido como regolito, envolvem geralmente métodos complicados e intensivos em energia que dificilmente serão sustentáveis para colónias lunares a longo prazo.

Agora, a equopa da Universidade Chinesa de Hong Kong descobriu que um reator solar relativamente simples pode produzir recursos úteis expondo o regolito à luz solar e ao CO₂ exalado pelos astronautas.

Como detalha a New Scientist, nas experiências, os investigadores utilizaram amostras lunares recolhidas pela missão Chang’e 5 da China e amostras simuladas feitas a partir de rochas terrestres.

Como funciona a máquina?

No reator, a luz e o calor do Sol extraem primeiro a água do solo lunar, depois o solo atua como catalisador de uma reação entre o CO₂ e a água para produzir monóxido de carbono, oxigénio e hidrogénio, que podem ser utilizados como combustível.

O solo lunar contém muitos minerais que podem desempenhar um papel na reação, mas os cientistas teorizam que um composto chamado ilmenite é um dos principais catalisadores.

“O mecanismo da reação química é muito interessante e útil e potencialmente relevante para gerar recursos-chave na Lua”, disse, em entrevista à New Scientist, Haihui Joy Jiang da Universidade de Sidney, Austrália, que não participou no estudo.

ZAP //

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