A temperatura média global da Terra atingiu esta quarta-feira os 17,18 ºC. A marca dos 17 ºC foi superada pela primeira vez na história esta segunda, um recorde que foi batido de novo na terça-feira. O recorde anterior tinha sido registado o ano passado.
A Terra registou esta quarta-feira um nível de calor recorde, pelo terceiro dia consecutivo.
A temperatura média global registada no planeta foi de 17,18 ºC, segundo apontou a Climate Reanalyzer, ferramenta da Universidade do Maine, nos EUA, baseada em dados de satélite e simulações de computador.
O recorde de calor igualou o do dia anterior e superou a marca de 17,01 ºC desta segunda-feira, que já tinha sido o dia mais quente da História, apontou a ferramenta.
Segundo a Deutsche Welle, as mesmas temperaturas foram registadas na segunda e terça feira pelos Centros Nacionais de Previsão Ambiental dos Estados Unidos, um serviço ligado à Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, NOAA.
Foi a primeira vez desde o início das medições pela NOAA, em 1979, que a temperatura média global ficou acima de 17 °C.
Segundo os registos preliminares, a temperatura média global superou o recorde anterior de 16,92 ºC, registado em 24 de julho do ano passado.
A temperatura global atmosférica no início de julho, que normalmente oscila entre cerca de 12 °C e pouco menos de 17 °C em qualquer dia do ano, registou uma média de 16,2 °C entre 1979 e 2000.
Sean Birkle, cientista climático da Universidade do Maine e criador da ferramenta Climate Reanalyzer, apontou que, apesar de os números diários não serem oficiais, indicam o que está a acontecer num mundo em aquecimento.
“Um recorde como este é mais uma evidência de que o aquecimento global está a empurrar-nos para um futuro mais quente”, comentou por sua vez Chris Field, cientista climático da Universidade de Stanford, que não fez parte daequipa que realizou os cálculos.
Entre os responsáveis pelo aumento registado, estão as altas temperaturas observadas em diversas partes do mundo, como nos EUA, que tem estado a registar com picos de calor nas últimas semanas, e a China, afetada por uma onda de calor contínua com temperaturas de cerca de 35 ºC.
Também o norte da África registou temperaturas próximas a 50 ºC.
Nem mesmo a Antártica, que atualmente está no inverno, escapa às altas temperaturas. Recentemente, os termómetros da base ucraniana de pesquisas Vernadsky, situada nas ilhas argentinas do continente branco, registaram 8,7°C, um recorde para o mês de julho.
“Este não é um marco para celebrar”, disse Friederike Otto, cientista climático do Instituto Grantham para Mudanças Climáticas e Meio Ambiente do Imperial College London, no Reino Unido. “É uma sentença de morte para pessoas e ecossistemas.”
No próximo ano, estima-se que o início do fenómeno climático El Niño no Oceano Pacífico venha a elevar ainda mais as temperaturas.
“Infelizmente, isto promete ser apenas o primeiro de uma série de novos recordes, à medida que as emissões crescentes de CO2 e gases de efeito estufa, juntamente com um El Niño crescente, levam as temperaturas a novas alturas”, afirmou em comunicado Zeke Hausfather, investigador da Berkeley Earth.
O problema do calor é como o do dinheiro: está mal distribuído. Deviam reparti-lo um pouco mais equitativamente.